tag:blogger.com,1999:blog-14242574600803889932024-03-18T23:05:26.367-07:00necptnecpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.comBlogger312125tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-6001338289596211932024-03-18T22:06:00.000-07:002024-03-18T22:06:04.712-07:00Adam Smith e a inteligência artificial.<p> Quando trabalhei como procurador da Previdência Social no âmbito da infortunística, em meados da década de 1990, havia uma verdadeira epidemia de mesopatias relacionadas às lesões por esforços repetitivos, também conhecidas por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.</p><p><br /></p><p>Na verdade, o aprofundamento histórico da divisão social ou fabril do trabalho é manifestamente ambivalente, pois, se aumenta a força produtiva do trabalho, também o faz repetitivo, monótono e prejudicial à saúde do trabalhador, cabendo destacar que o custo social e previdenciário dessa prejudicialidade talvez diminua ou mesmo anule os ganhos de produtividade econômica.</p><p><br /></p><p>Por isso, hodiernamente, a inteligência artificial e a robótica atuam em sentido contrário da divisão do trabalho que o torna repetitivo e monótono, substituindo tarefas laborais desse jaez.</p><p><br /></p><p>Talvez, então, Adam Smith estivesse equivocado ao enaltecer os benefícios sociais e econômicos da divisão do trabalho e da especialização do trabalhador, considerando o atual movimento contrário a esse fenômeno histórico.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-12613427319120428492024-03-18T11:50:00.000-07:002024-03-18T11:50:36.005-07:00A nova aristocracia operária.<p> Hodiernamente, observamos dois movimentos históricos combinados:</p><p><br /></p><p>1. A confirmação da teoria marxista do valor, isto é, a superação da aparente aporia em seu âmago, eis que a força de trabalho torna-se cada vez mais intelectual e produzida pelo trabalho assalariado dos professores, de tal forma que já não se pode cogitar em uma mercadoria força de trabalho que não seja fruto do trabalho humano assalariado e, portanto, não exiba valor;</p><p>2. A configuração de uma cesura abismal e profunda, com implicações na divisão internacional do trabalho, entre trabalhadores eminentemente manuais da indústria manufatureira e trabalhadores eminentemente intelectuais da indústria da informação ou de software, sendo certo que os primeiros são tipicos das duas primeiras revoluções industriais, enquanto os demais são típicos da atual revolução microeletrônica ou digital.</p><p><br /></p><p>Essa divisão relatada em 2 produz uma certa nova aristocracia operária dos produtores de informação, politicamente atrelada à burguesia industrial pela ideologia do empreendedorismo, o que traz um problema estratégico para os partidos dos trabalhadores ao redor do mundo.</p><p><br /></p><p>Esta realidade hodierna deve ser programaticamente incorporada pelo Partido dos Trabalhadores no Brasil.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-60314266307328169672024-03-17T06:29:00.000-07:002024-03-17T06:29:50.489-07:00A notícia econômica de hoje!<p> A principal notícia econômica no Brasil no dia de hoje consiste no aumento da participação dos salários no PIB nacional com a consequente queda nos lucros das empresas.</p><p><br /></p><p>Muitos dirão que tal situação exibe-se insustentável, pois o aumento da demanda pelo lado dos salários pode provocar incremento da inflação.</p><p><br /></p><p>Mas o aumento da inflação, se ocorrer, virá exatamente da contraposição ao declínio dos lucros, e não do aumento dos salários.</p><p><br /></p><p>A culpa da inflação é do capital, e não do trabalho.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-8346429301115876532024-03-10T00:08:00.000-08:002024-03-10T00:08:09.474-08:00Dinheiro e mais-valia.<p> Como vimos, a relação de produção consubstanciada na mercadoria e na troca simples pressupõe a equivalência entre valor e preço dos produtos do trabalho humano.</p><p><br /></p><p>Tal equivalência rompe-se com o advento da relação de produção consubstanciada na circulação de mercadorias e no dinheiro, pois os mercadores e comerciantes, ipsis litteris, compram barato para vender caro, de tal sorte que a moeda metálica já exsurge sob o pálio da extorsão de parte do produto do trabalhador pela classe social dos comerciantes, sendo que seu valor nominal já se exibe maior do que seu valor real ou intrínseco.</p><p><br /></p><p>Com o advento do capital industrial e a compra e venda da força de trabalho como mercadoria, a moeda perde seu suporte metálico e passa a se apresentar como papel-moeda ou moeda fiduciária, com suceder um verdadeiro abismo entre seu valor nominal e seu valor real ou intrínseco.</p><p><br /></p><p>Tal abismo aprofunda-se hodiernamente com as moedas digitais ou criptomoedas, a revelar um patamar superior de exploração da força de trabalho e extração da mais-valia.</p><p><br /></p><p>Destarte, quanto maior a mais-valia, mais abstrato o dinheiro, e mais distante a moeda de um suporte material.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-72722732297762848122024-03-09T09:52:00.000-08:002024-03-09T09:52:51.506-08:00O tempo na obra de Marx.<p> Já tivemos a oportunidade de destacar aqui que o tempo é um construto cerebrino humano, decorrente da mortalidade humana, enfim, uma ilusão no seu sentido linear e absoluto.</p><p><br /></p><p>Para Marx, as sucessivas categorias econômicas, correspondentes às sucessivas relações históricas de produção - tais como mercadoria, dinheiro, capital industrial, renda fundiária e capital financeiro - acumulam-se e tornam o modo de produção mais complexo, mas não morrem, isto é, vão sendo incorporadas em relações de produção mais complexas, mas não se extinguem, apenas convolam-se em sucessivos modos de produção.</p><p><br /></p><p>Por isso que, para Marx, a anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco.</p><p><br /></p><p>Não há morte nem tempo nas categorias econômicas históricas e sucessivas na obra de Marx, mas movimento, acúmulo e crescente complexidade.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-62268672140799427782024-03-09T06:36:00.000-08:002024-03-09T06:36:49.590-08:00O falso mundo empírico dos preços e do dinheiro.<p> Na relação de produção consubstanciada na mercadoria, ainda remanesce a equivalência entre valor e preço dos produtos da atividade econômica.</p><p><br /></p><p>Com o advento histórico da relação de produção consubstanciada na circulação de mercadorias e no dinheiro, há uma ruptura na equivalência entre valor e preço, pois os mercadores auferem seus lucros precisamente nas variações de preços, comprando barato e vendendo caro, ipsis litteris.</p><p><br /></p><p>Desde então, o mundo empírico e superficial dos preços soterra o universo verdadeiro da exploração econômica dos seres humanos pelos seres humanos, na extração da mais-valia.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-16613842780607158152024-03-09T05:56:00.000-08:002024-03-09T05:56:58.731-08:00Burgueses e marxistas na ciência econômica.<p> Os economistas burgueses não enfocam o mundo da produção econômica, mas apenas do consumo, pois, caso contrário, seriam obrigados a arrostar o problema da mais-valia e da exploração econômica do ser humano pelo ser humano, de tal sorte que suas questões cingem-se às disparidades entre oferta e demanda, inclusive a questão da inflação.</p><p><br /></p><p>Já os economistas marxistas enfocam precisamente o mundo da produção e da extração da mais-valia, de tal sorte que o fenômeno inflacionário resulta do declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial.</p><p><br /></p><p>Para os economistas burgueses, é suficiente o universo empírico dos preços, ao passo que para os marxistas cabe investigar para além dos preços, isto é, urge examinar a raiz dos fatos aparentes nos valores e sua respectiva produção.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-61586441981049625872024-02-28T02:05:00.000-08:002024-02-28T02:05:41.660-08:00A universalidade da matemática.<p> Diz-se que a matemática constitui uma linguagem universal que transcende os variegados idiomas nacionais e dialetos, no que estou plenamente de acordo.</p><p><br /></p><p>Mas isso acontece na exata medida em que as categorias econômicas de mercadoria, dinheiro e capital também exibem-se universais, com suplantar as determinações sócio-culturais de cada nação.</p><p><br /></p><p>Isto porque os números e a matemática, consoante já postulado aqui por diversas ocasiões, são fruto de tais relações de produção contraídas pelos seres humanos entre si.</p><p><br /></p><p>A evolução histórica da matemática segue, portanto, o evolver de tais relações de produção, cabendo destacar que o estabelecimento desta unidade de cursos entre matemática e economia ainda permanece inédito, mas tudo leva a crer que a superação histórica das relações de produção capitalistas pelo modo comunista de produção, que sobrepujará as diferenças de classes e de Estados nacionais, poderá alçar a matemática a um patamar ainda mais universal.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-78114841106946277492024-02-26T15:42:00.000-08:002024-02-26T15:42:11.208-08:00A matemática como ciência humana.<p> No breve discurso das hipóstases publicado neste portal eletrônico, tivemos a oportunidade de postular que os números e a matemática são resultado da relação de produção consubstanciada na mercadoria e desenvolvimentos históricos ulteriores, como dinheiro e capital e, nessa exata medida, existem como criação humana, na mesma medida em que a sociedade é uma criação humana.</p><p><br /></p><p>Em suma, existem como algo humano, demasiado humano, conquanto habitualmente associados às ciências ditas “exatas”.</p><p><br /></p><p>Demais disso, vimos também que o dinheiro, como relação de produção alienada entre os seres humanos, oculta a realidade subjacente da exploração do homem pelo homem por meio das variegadas formas históricas da mais-valia, sendo o capital a forma mais atual dessa exploração.</p><p><br /></p><p>Logo, podemos dessumir que os números e a matemática, conquanto funcionais no mundo dominado pelo capital, encobrem a essência desse universo, que é a exploração econômica do trabalho alheio.</p><p><br /></p><p>A superação histórica vindoura do modo capitalista de produção pelo comunismo mundial entronizará, provavelmente, novas formas de linguagem sucedâneas da matemática, mas por ora é dever do cientista social e do historiador suplantar a aparência dos números, que o capital lhe oferece diretamente aos sentidos, para haurir a medida verdadeira da exploração econômica do trabalho alheio pressuposta na extorsão da mais-valia.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-24227367387815209052024-02-24T10:59:00.000-08:002024-02-24T11:37:19.847-08:00O dinheiro como aparência.<p> O dinheiro, como forma de abstração econômica mais profunda, encerra o condão de ocultar as variegadas manifestações da exploração do homem pelo homem, a saber, as diversas figuras históricas assumidas pela mais-valia, cabendo destacar que, até o século XVIII da era cristã, o capital comercial extorque tal mais-valia mediante variações de preços na compra e na venda de suas mercadorias, na maior parte das vezes com o concurso de onerosos aparatos militares que constituem o assim designado antigo sistema colonial.</p><p><br /></p><p>A acumulação primitiva e a inserção do capital na orbe da produção tornam esse colonialismo de jaez antediluviano, de certa forma, despiciendo, com a extorsão da mais-valia agora haurida diretamente no âmbito do processo de trabalho, mas o dinheiro remanesce como forma de ocultação da exploração do trabalhador, e quanto mais intensa tal exploração, mais imaterial a moeda, que de metálica passou a fiduciária e, hodiernamente, eletrônica e virtual.</p><p><br /></p><p>Os apologetas do dinheiro exibem-se, portanto, como supedâneos dessa forma de ocultação da mais-valia, sendo certo que o socialismo científico desvelou-se pioneiro na denúncia de tal camuflagem econômica, ao transpor as aparências dos preços e do dinheiro em direção à descoberta do valor e da mais-valia.</p><p><br /></p><p>O dinheiro, por conseguinte, deve ser considerado como a aparência que oculta a essência da mais-valia, e os preços como cortina de fumaça do mundo da exploração econômica do trabalho alheio.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-3878621319043480912024-02-23T11:20:00.000-08:002024-02-23T11:20:11.413-08:00Hipótese metodológica de história econômica.<p> Não são os seres humanos que importam para a história econômica, mas as relações de produção que eles estabelecem entre si e que os governam.</p><p><br /></p><p>O universo empírico na história econômica somente se revela nos preços, e não nos valores das mercadorias, e portanto configura uma forma meramente mediata e indireta de se haurir a medida de exploração do homem pelo homem.</p><p><br /></p><p>Mas é no curso do tempo, no devir que se torna inteligível tal exploração, parecendo lícito aventar que a história econômica, portanto, deve ir além do universo empírico que se lhe apresenta de forma imediata e direta.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-61217439888615412242024-02-19T09:18:00.000-08:002024-02-19T09:39:57.412-08:00Conjecturas sobre história econômica mundial.<p> 1. Anteriormente ao advento da revolução industrial inglesa do século XVIII, partes da Europa constituem impérios de alto custo burocrático-militar para garantir o fornecimento de produtos exóticos ultramarinos nos seus mercados internos, mercadorias essas compradas a preços reduzidos e vendidos a elevados preços, de tal sorte que a mais-valia do capital comercial é extorquida tanto de produtores quanto de consumidores mediante tais variações de preços.</p><p><br /></p><p>2. Após a mencionada revolução, a Inglaterra constitui um também custoso império colimando a imposição e venda de seus produtos industrializados ao redor do mundo, para garantir a realização da mais-valia extorquida do proletariado britânico.</p><p><br /></p><p>3. Parece que o alto custo dos aparatos burocrático-militares acima aludidos refrearam uma acumulação capitalista mais intensa na Europa, que acabou por ser penalizada pelo pioneirismo comercial de seus impérios, com conduzir o Velho Continente europeu à certa decadência que veio a favorecer a ascensão econômica dos Estados Unidos da América, que se beneficiaram, por sua vez, desse pioneirismo comercial europeu quanto à abertura e formação de um mercado mundial de produtos da maquinaria e grande indústria.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-59468706155119228752024-02-15T04:31:00.000-08:002024-02-15T07:10:34.355-08:00LULA ESTRATEGISTA <p> Lula estrategista:</p><p><br /></p><p>A luta contra a ditadura militar que se instalou no Brasil 🇧🇷 a partir de 1964 desvela alguns aspectos interessantes:</p><p><br /></p><p>A forma mais violenta dessa contenda, a saber, a guerrilha urbana, bem como fora das cidades, não se exibiu eficaz contra o aparato militar estatal.</p><p><br /></p><p>Lula observou tal fenômeno e enveredou por uma forma de resistência mais efetiva: a luta eminentemente econômica por meio das greves, que ameaçaram a base industrial em que radicava a ditadura, com lograr êxito político inconteste contra o aparato estatal de tal regime ditatorial.</p><p><br /></p><p>Fica a indagação:</p><p><br /></p><p>Via militar ou via econômica de resistência e revolução políticas?</p><p><br /></p><p>Parece que nos países mais industrializados e urbanizados, a segunda forma é mais importante.</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-9790918756149933672024-02-10T08:33:00.000-08:002024-02-13T11:25:55.236-08:00Versatilidade capitalista <p> No capítulo décimo do livro primeiro de sua obra magna, O Capital, Marx supõe que o capitalista pioneiro, ao introduzir inovação técnica no processo de produção apta a aumentar a força produtiva do trabalho, aufere lucros extraordinários em razão da redução dos preços de seus produtos, derrotando destarte a concorrência.</p><p><br /></p><p>Todavia, hodiernamente a inovação do processo de produção vem acompanhada de inovação no valor de uso do produto, o qual, por atender a novas necessidades humanas de consumo, atinge preços mais elevados, o que encerraria o condão de atribuir ao capitalista pioneiro, da mesma forma, lucros extraordinários.</p><p><br /></p><p>Tal combinação de preços obtidos pelo capitalista pioneiro atribui uma notável versatilidade ao modo de produção capitalista.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-53182135319149314632024-02-10T04:37:00.000-08:002024-02-10T05:56:44.704-08:00Ainda sobre marxismo e marginalismo historicamente examinados.<p> As teorias marxista e marginalista do valor econômico atrelam-se ao duplo caráter da mercadoria enquanto valor de troca e valor de uso, o primeiro caráter associado à produção e o segundo à circulação de mercadorias.</p><p><br /></p><p>Anteriormente ao advento histórico da penetração do capital no âmbito da produção de mercadorias, interessam aos mercadores europeus os valores de uso exóticos não encontrados na Europa, tais como especiarias, seda, porcelana etc, produzidos principalmente na Ásia, razão pela qual Portugal, pioneiro na expansão marítima europeia, estabelece um império no continente asiático como garantia do fornecimento a preços baixos de tais valores de uso exóticos, que eram vendidos a altos preços na Europa.</p><p><br /></p><p>Na América do Sul, todavia, não existia um sistema produtivo de mercadorias exóticas já em funcionamento, razão pela qual Portugal foi compelido a implantar aqui um sistema escravista de produção de mercadorias exóticas, particularmente o açúcar, para fornecimento na Europa a elevados preços, conquanto adquiridos a baixos preços por intermédio do exclusivo colonial.</p><p><br /></p><p>Os altos custos militares e burocráticos destes impérios asiático e americano estabelecidos por Portugal impediram uma acumulação primitiva de capital neste país, acumulação esta que acabou por verificar-se na Inglaterra, onde o capital penetrou pioneiramente no âmbito da produção de mercadorias, especialmente na já desenvolvida indústria têxtil no país anglo-saxão.</p><p><br /></p><p>Com essa revolução industrial na Inglaterra no século XVIII, o capital pode enfim extrair seu lucro não apenas nas variações de preços das mercadorias, especialmente as exóticas, mas agora também na mais-valia extorquida dos próprios trabalhadores despojados dos meios de produção, o que lhe permite revolucionar tecnicamente de modo contínuo o processo de produção de mercadorias, bem assim o processo de circulação de mercadorias mediante a inauguração de novos valores de uso, inclusive como forma de arrostar a lei do declínio tendencial da taxa de lucro descoberta por Karl Marx, mercê dos elevados preços desses valores de uso inauditos.</p><p><br /></p><p>Destarte, podemos dessumir que, grosso modo, se o marginalismo teórico explica bem a época dos lucros decorrentes das variações de preços típica do capital restrito ao âmbito da circulação de mercadorias, a hodierna época de processo de produção, e não apenas circulação, tipicamente capitalista pode ser bem desvelada pela teoria marxista do valor econômico, sem olvidar, todavia, o marginalismo quanto às inovações capitalistas nos novos e inauditos valores de uso.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-25891847943993199072024-02-04T04:04:00.000-08:002024-02-04T04:04:13.493-08:00Abstração econômica e sua superação.<p> Anteriormente ao advento da relação de produção consubstanciada na mercadoria, a economia para a própria subsistência exibe-se concreta, no sentido da unidade entre a produção e o consumo, entre necessidade e sua satisfação.</p><p><br /></p><p>Com advento da relação de produção consubstanciada na mercadoria e a correspondente divisão social do trabalho, rompe-se aquela unidade e a economia torna-se abstrata, no sentido de que os produtores perdem o controle sobre a satisfação das próprias necessidades.</p><p><br /></p><p>Esta abstração econômica aprofunda-se com a transformação da força de trabalho em mercadoria e a decorrente cesura entre produtores e proprietários dos meios de produção.</p><p><br /></p><p>A propriedade coletiva mundial dos meios de produção pelos trabalhadores, a ser implantada pelo modo comunista de produção, bem assim a planificação econômica que atribuirá a cada um segundo suas necessidades, com exigir de cada um segundo suas potencialidades, resgatará a economia concreta, com a decisão coletiva sobre produção e consumo de cada indivíduo retomando as rédeas da história econômica da humanidade.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-85318476590771680572024-01-28T12:40:00.000-08:002024-01-28T12:40:16.072-08:00LÊNIN <p> Karl Marx demonstrou em sua obra magna O Capital que a ação individual pouco ou nada importa diante das determinações das relações de produção, de tal sorte que a história de tais relações desenvolve-se à revelia da vontade dos indivíduos.</p><p><br /></p><p>Todavia, quando determinados indivíduos apreendem a lógica dialética dessa história e agem consoante tal intelecção, o impacto de sua prática pode adquirir dimensão gigantesca e duradoura.</p><p><br /></p><p>É o caso de figuras como Martinho Lutero, Oliver Cromwell, Maximilien Robespierre, Napoleão Bonaparte e, naturalmente, Vladimir Lenin, cujo desaparecimento completa cem anos em 2024.</p><p><br /></p><p>Maior estadista do século passado, sua obra teórica e prática ainda remanescerá influente por séculos, cabendo destacar que a URSS talvez ainda vigorasse se tal figura encerrasse o apanágio da imortalidade, ele que certa vez definiu, numa síntese insuperável de relações de produção e forças produtivas, o socialismo como a união dos sovietes e a eletricidade!</p><p><br /></p><p>Camarada Lênin, presente!</p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-27924605997733216962023-12-09T14:36:00.000-08:002023-12-11T08:20:18.287-08:00Ainda sobre o ciclo canino do capital.<p> Com altas taxas de ocupação da força de trabalho, o capital industrial não pode simplesmente reduzir salários para arrostar o declínio tendencial da taxa de lucro, portanto eleva os preços de seus produtos, com provocar inflação.</p><p><br /></p><p>A inflação, todavia, também corrói os lucros ao diminuir o poder aquisitivo do dinheiro, de tal sorte que, então, os juros são dilatados para neutralizar essa corrosão.</p><p><br /></p><p>Mas os juros elevados comprimem a economia produtiva em geral, pois também afetam negativamente os lucros do capital industrial, e portanto não podem permanecer assim por longo período, eis que a base de toda a economia radica no setor produtivo, de onde se extrai a mais-valia.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-36483784874145396812023-12-09T06:49:00.000-08:002023-12-09T06:49:17.901-08:00União Soviética e Brasil: um paralelo.<p> A ora extinta União Soviética exibiu um longo processo de industrialização durante o século passado, fundado na indústria pesada da segunda revolução industrial, mas não conseguiu dar continuidade a tal processo por não alcançar a revolução digital, entrando em colapso econômico no final da década de 1980.</p><p><br /></p><p>O Brasil oferece história similar, com apresentar crise de hiperinflação na década de 1980, acompanhada por flagrante processo de desindustrialização que ainda perdura.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-29445916609162226092023-12-06T08:23:00.000-08:002023-12-06T08:23:29.055-08:00O número e a morte.<p> O conceito de número pressupõe a elisão de todas as determinações concretas da coisa a que ele pode se referir, consistindo, portanto, na máxima abstração, ou seja, o número pode, por seu nível de abstração, referir-se a qualquer coisa.</p><p><br /></p><p>Tal elisão acaba por suprimir, também, a dimensão temporal da coisa, eliminando a finitude da realidade e a morte, ensejando a noção de infinitude, algo que não existe na realidade, pois mesmo o Universo é finito, porquanto em permanente expansão.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-25853723625081019042023-12-03T21:19:00.000-08:002023-12-03T21:19:23.905-08:00Conjectura sobre emprego e inflação.<p> Quando a taxa de ocupação da força de trabalho exibe-se alta, o capital industrial não pode simplesmente diminuir salários para se contrapor à queda tendencial da taxa de lucro, de tal sorte que a solução consiste em aumentar os preços dos seus produtos, provocando inflação.</p><p><br /></p><p>É por isso, e não por causa da demanda, que o alto nível de emprego provoca inflação, ou seja, ele a provoca somente de forma indireta.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-40643044347171149962023-11-24T09:15:00.000-08:002023-11-24T10:36:11.653-08:00Ainda sobre inflação e declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial: o caso brasileiro.<p> O caso brasileiro também parece corroborar o padrão de crescimento da inflação após um período relativamente longo de desenvolvimento industrial:</p><p><br /></p><p>Com efeito, as décadas de 1950, 1960 e 1970 no Brasil exibiram-se como certo milagre econômico industrial fundado na indústria pesada de bens de consumo duráveis, máxime a automobilística, ao passo que a década de 1980 caracterizou-se pela inflação galopante que fulminou o ciclo político ditatorial de jaez militar.</p><p><br /></p><p>Tal dado está em franca consonância com o ocorrido nos finais dos séculos XVIII e XIX na Europa, períodos de grande crescimento industrial que foram seguidos por dilatação inflacionária conforme demonstrou Nikolai Kondratiev.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-44457589860186427692023-11-22T08:11:00.000-08:002023-11-22T08:11:27.710-08:00Lançamento da revista Mouro: imperdível!<p> No próximo sábado dia 25 de novembro, das 17 às 21 horas, na livraria do Espaço, na rua Augusta, 1475, em São Paulo, SP, ocorrerá o imperdível evento de lançamento das revistas Mouro números 14 e 15!</p><p><br /></p><p>A revista marxista Mouro é uma publicação do Núcleo de Estudos do Capital do Partido dos Trabalhadores, fundada em 2009 como contribuição ao debate teórico de jaez marxista, que harmoniza o rigor intelectual à necessária irreverência da crítica do capitalismo com fundamento na tradição marxista!</p><p><br /></p><p>Não percam!</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-67933657531319732412023-11-20T10:31:00.000-08:002023-11-20T10:31:03.262-08:00Salários e inflação <p> Há um indício bastante evidente que desmonta os pressupostos da curva de Phillips:</p><p><br /></p><p>A inflação atinge os preços de todas as mercadorias, salvo a mercadoria força de trabalho.</p><p><br /></p><p>Decididamente, a inflação não decorre dos salários, mas do próprio capital que reage ao declínio dos lucros.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1424257460080388993.post-69156394499532799142023-11-18T03:59:00.000-08:002023-11-18T03:59:33.680-08:00Aporia e ocaso da razão determinista.<p> Como vimos, Marx e Freud decretaram a morte do sujeito humano na história, mas, aporeticamente, ainda acreditavam na razão determinista, a qual lhes permitira chegar a esse decreto.</p><p><br /></p><p>Tal aporia foi desenvolvida por Werner Heisenberg, o qual, com seu princípio da incerteza, decretou o ocaso da razão determinista e entronizou a probabilidade no centro do conhecimento científico.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.</p>necpthttp://www.blogger.com/profile/14078166797922857459noreply@blogger.com0