A democracia política burguesa é abstrata, enquanto a democracia econômica socialista é concreta:
Esta última pressupõe a planificação econômica mediante coleta e tratamento dos dados de todos os produtores-consumidores individualmente considerados e em escala mundial, colimando atender a cada um segundo suas necessidades e exigir de cada um segundo suas potencialidades.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
A filosofia platônica exibe-se como típico produto da relação de produção consubstanciada na mercadoria.
Com efeito, as dualidades derivadas de tal filosofia (corpo e mente, empírico e racional, sensível e inteligível etc.) encerram como nascedouro a oposição entre o valor de uso e o valor de troca da mercadoria.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Na verdade, a cesura entre a linguagem coloquial (local) e a linguagem matemática (universal) deriva da oposição entre o valor de uso (aspecto empírico) e o valor de troca (aspecto abstrato) da mercadoria.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
1. A cesura entre a linguagem coloquial e a linguagem matemática deriva da alienação provocada pela oposição entre capital e trabalho;
2. Tanto a culpa contratual quanto a culpa aquiliana consistem, a rigor, em falácias tão evidentes quanto a noção de liberdade, eis que o pensamento, enquanto feixe de neurônios, não se destaca do corpo humano.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Eis os dois polos da produção e reprodução material imediata da vida humana:
1. A reprodução sexuada, de onde se extrai o máximo de prazer;
2. O trabalho, de onde se extrai o máximo de dor.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Na verdade, o objeto É a sua trajetória.
(Vide HAIKAI 12)
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
A geometria não descreve objetos, mas suas trajetórias.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
A geometria euclidiana funda-se na reta, enquanto a de Einstein tem a curva como lastro.
Cabe estabelecer uma geometria elíptica.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Kurt Gödel demonstrou os limites do racionalismo, enquanto Werner Heisenberg fez o equivalente quanto ao empirismo.
O ser humano, portanto, deixou de habitar o centro do conhecimento, pois sua mente e seu corpo são inaptos para a ciência.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Silêncio no BIXIGA
Partiu não tem placa de bronze não fica na história, Sambista de rua morre sem glória, Depois de tanta alegria que ele nos deu, Assim, um fato repete de novo, Sambista de rua, artista do povo, E é mais um que foi sem dizer adeus.
(Geraldo Filme, Silêncio no Bixiga)
Em 1979 quando começamos reorganizar os movimentos populares e o PT, não tínhamos muitos lugares para fazer reunião, o Teatro Oficina era o lugar, “nossa casa”, quando começamos a campanha para rerorganizar a UMES-SP, , muitas vezes fizemos reunião no Oficina, O festival de teatro amador de SP, organizado pela APEOESP, junto com o Grupo União Olho Vivo, era no Oficina: Reuniões, grupos de trabalho, luta por moradia, seminário do PT, dos movimentos populares era no Oficina. Quando os empresários tentaram comprar o bairro e transformar naquilo que fizeram com a Barra Funda, Brás e Mooca, houve grande resistência, nos reuníamos no Oficina, com o Zé Celso a frente.
Conheci Zé Celso, desde que tinha 14 ou 15 anos, era uma figura legal, alegre, combativa, morava ali na rua Japurá, falava com todo mundo nas ruas, nas feiras, botequins e na Vai Vai,, Às vezes aparecia nas reuniões do PT, ele era anárquico, não respeitava pauta, chegava e fazia a saudação bacante Evoé e Dizia "gente, precisamos fazer algo sobre isso ou aquilo"
Seu irmão, Luís Antonio foi morto por homofobia, Zé Celso realizou um verdadeiro combate pela sua memória. Fez uma das falas mais bonitas que vi em defesa da vida e da felicidade, foi na PUC, ao lado de Edgar Carvalho e Edson Passetti.
O ano retrasado fui assistir Navalha na Carne (de Plinio Marcos, outro Grande do Bixiga), procurei por ele, não estava no teatro ( TE- ATO, como gostava de falar),queria dar um abraço e saber detalhes do embate com a direita e o fernando holidey (em minúsculo)
não sou de teatro, não conheço bem as técnicas etc, um colega na época do movimento estudantil foi trabalhar com o Zé, me contou que nunca tinha trabalhado tanto. Uma colega que lecionava comigo, nos anos de 2010, fez Canudos, peça de 24h, me disse que nunca tinha estudado tanto na vida.
Em todas as lutas do povo brasileiro: contra a Ditadura, pela Anistia, Diretas, Impeachment do Collor, apoio as Greves de trabalhadores e lutas sociais, combate a Bolsonaro e a vitória de Lula, Zé Celso esteve presente! O Teatro Oficina formou centenas de atores e diretores, é uma das maiores trincheiras do Povo paulista e brasileiro, e Zé foi seu grande animador e agitador cultural.
Soube que tinha casado de novo, (aos 86 anos!!), estava hiper feliz e veio acidente, as notícias e as informações diziam que estava se recuperando
Hoje com certeza nossa Escola sai, nosso Surdo tocará sozinho pelas ruas do Bixiga,
O Bixiga está de Luto !!!!
Morreu um Gigante !!!
Evoé Zé Celso Martinez !!!
Por John Kennedy Ferreira
DAVID CRONENBERG E A DOBRA DO CAPITAL.
Não é por acaso que o filme de David Cronenberg, intitulado "Mapas para as estrelas", ambienta-se na Califórnia: esse Estado norte-americano não é apenas o epicentro da indústria cinematográfica, mas representa, com seu Vale do Silício, a locomotiva hodierna do capitalismo mundial.
Essa obra de Cronenberg trata sobretudo da dobra que a família faz sobre si mesma no incesto, o que a conduz à autodestruição. Mas cuida também do "mundinho" de Hollywood, cujos protagonistas vivem em um círculo auto-referente que gira em torno de si mesmo de forma incessante, triturando tais protagonistas impiedosamente: mais uma vez, uma maneira de dobrar-se sobre si mesmo e autodestruir-se.
Mas o capitalismo mundial, impulsionado pela Califórnia, também faz suas dobras, as quais poderão conduzir, em futuro incerto, à sua autodestruição, como vaticinou Karl Marx. Eu mesmo, aqui neste blog (vide "Conjecturas sobre capital, obsolescência e universalidade"), tentei alertar para isso: a necessidade de arrostar a queda tendencial da taxa de lucro determina que o capital seja obrigado a criar continuamente novos valores-de-uso, novas necessidades humanas, cuja característica consiste em aumentar a velocidade de circulação do próprio capital, de tal sorte que a reprodução do capitalismo fica cada vez mais difícil.
O mestre David Cronenberg, mais uma vez, exibe sua fértil genialidade.
(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA)
