Quer me parecer que o Estado de bem-estar social, hoje em estiolamento, foi uma decorrência direta, nos países capitalistas, da ameaça política representada pela existência da União Soviética e dos países a ela alinhados, a saber, uma forma de mitigar as lutas de classes e afastar a ameaça socialista mediante uma distribuição de riqueza mais equilibrada no interior das balizas capitalistas.
O colapso soviético e o fim da guerra fria determinaram também uma crise no Estado do bem-estar social, favorecendo a ascensão das políticas neoliberais e seu paroxismo representado pelo fascismo, com decorrente deterioração das condições materiais da classe trabalhadora e o advento daquilo que a mídia burguesa costuma designar por “polarização política”, que nada mais é do que a volta das lutas de classes mais francas e renhidas.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.