Na obra prima clássica de Alfred Hitchcock intitulada Vertigo, de 1958, a transformação de Judy Barton em Madeleine Elster, e vice-versa, representa evidentemente uma metáfora cinematográfica do âmago das artes cênicas, vale dizer, da convolação dos atores em personagens.
Mas esta mutação é deflagrada pela ganância desmedida de Gavin Elster, que colima a extinção de sua esposa Madeleine para arrebatar-lhe a fortuna, vale dizer, trata-se de uma mutação provocada pelo dinheiro, em analogia à função deste como cerne da circulação de mercadorias, isto é, do intercâmbio e equivalência entre as mercadorias.
Enfim, cuida-se de uma película que explora, entre outras coisas, sobretudo a capacidade do dinheiro de transmutar a realidade, inclusive quando este dinheiro serve à produção cinematográfica, uma arte poderosamente mimética do real.
Mas cuidado, o dinheiro é sempre sujo, e exibe grande afinidade com o mundo do crime.
Alfred Hitchcock, um gigante nos 125 anos de seu nascimento!
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Spoiler: o dinheiro é o assassino
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