terça-feira, 6 de agosto de 2024

O TOMBO DAS BOLSAS DE VALORES

Como sói acontece, a grande mídia de extração burguesa internacional atribuiu, ontem, a forte queda generalizada dos índices das bolsas de valores, no mundo inteiro, à aversão ao risco decorrente de fatores como receio atrelado a possível recessão da economia estadunidense e à crise recente no Oriente Médio.

Tal atitude está arraigada na pseudociência da economia comportamental que coloca o ser humano no centro das decisões econômicas, quando é cediço que os capitalistas agem como meros vetores de determinações estruturais do capital, pois o capitalismo desenha-se a partir de relações de produção alheias à volição humana.  

Nesse diapasão, faz-se mister aduzir que, na verdade, o movimento das bolsas de valores é determinado, em última instância, pelas oscilações nas taxas de lucro do capital, máxime pela mais importante das leis da economia burguesa, a saber, aquela descrita por Marx como declínio tendencial das taxas de lucro do capital industrial.

É a partir dessa lei, e não na aversão ao risco, que é preciso investigar as razões profundas das oscilações do mercado acionário.



por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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