sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Ainda sobre inflação e declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial: o caso brasileiro.

 O caso brasileiro também parece corroborar o padrão de crescimento da inflação após um período relativamente longo de desenvolvimento industrial:


Com efeito, as décadas de 1950, 1960 e 1970 no Brasil exibiram-se como certo milagre econômico industrial fundado na indústria pesada de bens de consumo duráveis, máxime a automobilística, ao passo que a década de 1980 caracterizou-se pela inflação galopante que fulminou o ciclo político ditatorial de jaez militar.


Tal dado está em franca consonância com o ocorrido nos finais dos séculos XVIII e XIX na Europa, períodos de grande crescimento industrial que foram seguidos por dilatação inflacionária conforme demonstrou Nikolai Kondratiev.




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Lançamento da revista Mouro: imperdível!

 No próximo sábado dia 25 de novembro, das 17 às 21 horas, na livraria do Espaço, na rua Augusta, 1475, em São Paulo, SP, ocorrerá o imperdível evento de lançamento das revistas Mouro números 14 e 15!


A revista marxista Mouro é uma publicação do Núcleo de Estudos do Capital do Partido dos Trabalhadores, fundada em 2009 como contribuição ao debate teórico de jaez marxista, que harmoniza o rigor intelectual à necessária irreverência da crítica do capitalismo com fundamento na tradição marxista!


Não percam!

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Salários e inflação

 Há um indício bastante evidente que desmonta os pressupostos da curva de Phillips:


A inflação atinge os preços de todas as mercadorias, salvo a mercadoria força de trabalho.


Decididamente, a inflação não decorre dos salários, mas do próprio capital que reage ao declínio dos lucros.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

sábado, 18 de novembro de 2023

Aporia e ocaso da razão determinista.

 Como vimos, Marx e Freud decretaram a morte do sujeito humano na história, mas, aporeticamente, ainda acreditavam na razão determinista, a qual lhes permitira chegar a esse decreto.


Tal aporia foi desenvolvida por Werner Heisenberg, o qual, com seu princípio da incerteza, decretou o ocaso da razão determinista e entronizou a probabilidade no centro do conhecimento científico.




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

A morte do sujeito humano na história.

 Marx demonstrou que os indivíduos humanos, na produção e reprodução de sua vida material mediante o trabalho, são governados pelo capital.


Freud, por seu turno, demonstrou que os indivíduos humanos, na produção e reprodução de sua vida material mediante a reprodução sexuada, são governados pelo inconsciente.


Eles decretaram, destarte, a morte do sujeito humano na história.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

Liberais e marxistas

 Para os economistas liberais de extração burguesa, os indivíduos humanos são sujeitos de sua própria história econômica, ao passo que para os economistas marxistas, esses indivíduos são mero vetores de determinações estruturais do capital, verdadeiro sujeito da história econômica.


Logo, a relação de produção entre os indivíduos humanos, consubstanciada no capital, impõe-se sobre esses próprios indivíduos de forma alienada e reificada.






Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

O ciclo canino do capital

 Em contraposição à lei do declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial, os capitalistas desse setor econômico aumentam os preços das mercadorias por eles produzidas e, assim, provocam inflação, a qual, por seu turno, corrói o poder de compra do capital na forma de dinheiro que reflui constantemente para as mãos do capitalista, o que é remediado com aumento dos juros.


O aumento dos juros, por seu turno, refreia a acumulação do capital industrial e comprime a atividade econômica produtiva em geral, até que o desemprego rebaixe os salários para um patamar que reerga as taxas de lucro, e o ciclo econômico retome seu curso normal.


Os ciclos capitalistas assemelham-se àquele cachorro que pretende insistentemente morder o próprio rabo.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

As premissas maduras do comunismo.

 As duas premissas do modo comunista de produção, a saber, a propriedade coletiva dos meios de produção e a planificação econômica mediante inteligência artificial que conectará produção e consumo, já exibem seus fundamentos econômicos em estágio maduro, eis que as duas primeiras revoluções industriais prepararam os meios de produção, enquanto a atual revolução microeletrônica ou digital preparou as bases da inteligência artificial.


Em tempo:


Está previsto para o início de 2025 o curso on-line do Núcleo de Estudos do Capital sobre a obra magna de Marx, O Capital, não percam!




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

domingo, 12 de novembro de 2023

PT e PSOL

 Vou dar minha opinião sobre o PT e o PSOL:


O primeiro está associado à segunda revolução industrial, da indústria pesada e bens de consumo duráveis, enquanto o segundo é o partido da revolução microeletrônica ou digital, com seus engenheiros da informação.


Eu achava que a revolução digital traria uma vanguarda trabalhadora ligada à planificação econômica socialista mediante inteligência artificial, mas me enganei, são apenas empreendedores.


A vanguarda da classe trabalhadora ainda é o PT da segunda revolução industrial, dos metalúrgicos da indústria pesada!




Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

sábado, 11 de novembro de 2023

A lei de Marx, ou o mundo de ponta cabeça

 Nós marxistas temos que colocar a ortodoxia econômica de ponta cabeça:


Não são os salários nem a demanda agregada que causam inflação, mas o próprio capital industrial ao reagir à lei de Marx, vale dizer, ao declínio tendencial da taxa de lucro!



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Sobre a prova de redação do ENEM deste ano.

 Há uma aporia aparente na teoria marxista do valor consistente no fato de que a força de trabalho não é produto do trabalho assalariado, mas dos cuidados no âmbito familiar e doméstico, notadamente exercidos pela mulher neste núcleo familiar.


Isso é válido para a primeira revolução industrial, do século XVIII, que não exigia qualificação da força de trabalho industrial no âmbito escolar, vale dizer, fora do núcleo familiar.


Mas a atual revolução microeletrônica ou digital mostra que a força de trabalho deve cada vez mais exibir-se como produto da formação escolar extrafamiliar, pois a produção de software, atualmente vanguardeira na indústria, exige trabalho intelectual cada vez mais sofisticado.


Tal situação refuta a aparente aporia acima mencionada, mas o papel dos cuidados da mulher no núcleo familiar será sempre inafastável como fase inicial da produção da mercadoria consistente na força de trabalho.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

domingo, 5 de novembro de 2023

Juros, inflação e lucro.

 O capital na forma de dinheiro reflui constantemente nas mãos do capitalista industrial através do processo de circulação de capital, como o demonstrou Karl Marx no livro segundo de sua obra magna.


Logo, o aumento dos juros constitui uma alternativa natural à inflação como dispositivo de contraposição à lei do declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial.




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

sábado, 4 de novembro de 2023

Capital, trabalho e economia política.

 A oposição entre capital e trabalho manifesta-se nos antagonismos ínsitos à Economia Política:


Os economistas liberais de extração burguesa cingem-se ao âmbito da circulação de capital e consumo, de sorte que todas as questões que se lhes apresentam são tratadas como problema de oferta e demanda, inclusive o fenômeno inflacionário.


Já os economistas marxistas divisam sempre o âmbito da produção de capital, de tal sorte que o fenômeno inflacionário é ou deveria ser tratado como resultado do declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial.


Cabe vislumbrar a unidade entre os processos de produção e de circulação de capital.




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

Escolas e professores

 Consoante já esgrimi algures, a produção de software, vanguardeira no capitalismo hodierno, aumentou a taxa de lucro do capital industrial ao diminuir o capital constante e aumentar o capital variável investidos, sendo certo que, no caso do capital variável, o trabalho eminentemente intelectual demanda maior tempo de formação da força de trabalho no âmbito escolar e, portanto, há um incremento do valor da força de trabalho, sendo certo também que quanto maior o valor da força de trabalho e do capital variável investido, maior a taxa de lucro do capital industrial produtor de software, eis que menor a composição orgânica desse capital.


Logo, é preciso que o Estado invista pesadamente no setor da Educação, não em “obras” genéricas, mas em escolas e professores.




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A curva de Phillips e Alice no país das maravilhas: Brasil!

 Na data de hoje, a Bolsa de Valores brasileira teve alta substancial e a quotação da moeda norte-americana ante o real sofreu depreciação em razão da divulgação de dados pouco alvissareiros sobre a taxa de emprego nos Estados Unidos!


Na esteira da já vetusta curva de Phillips, o desemprego é bom para o capital, pois mitiga os índices inflacionários: o capitalismo é tão nonsense quanto a obra de Lewis Carroll!


Na verdade, contudo, o que provoca inflação é o declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial, descrito por Karl Marx, e a curva de Phillips revela-se uma quimera!



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.