sábado, 2 de novembro de 2024

EDUCAÇÃO E INDÚSTRIA DIGITAL

Consoante já muito bem ressaltado nesta plataforma digital pelo companheiro LINCOLN SECCO, professor de história da Universidade de São Paulo e membro deste núcleo temático de estudos vinculado ao Partido dos Trabalhadores, a desindustrialização brasileira é um fato consumado e irrefutável. 

Karl Marx asseverava que os países industrializados do centro do modo capitalista de produção revelam a faceta vindoura dos países da periferia deste modo de produção, parecendo lícito ventilar que os Estados Unidos da América, epicentro do capitalismo mundial hodierno, exibe a indústria mais avançada desse sistema econômico mundial, a saber, a indústria da mercadoria consubstanciada no software, cujo ápice atualmente se manifesta na assim designada inteligência artificial.

A indústria de software, todavia, demanda força de trabalho altamente qualificada sob prisma intelectual e, portanto, uma sistema educacional também altamente qualificado e voltado a tal indústria. 

Logo, uma política moderna de industrialização não dependente nem periférica, no modo de produção capitalista, demanda esforço governamental concentrado na produção industrial de software e no célere desenvolvimento do sistema educacional nacional dirigido a essa produção industrial. 

Entrementes, tal política industrial favorecerá, por óbvio, a vindoura planificação econômica descentralizada de jaez socialista lastreada em algoritmo central alimentado pela internet com dados de produção e consumo econômicos em tempo real, consoante também já aventado neste espaço. 





por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.  

DINHEIRO E FORÇA DE TRABALHO, parte dois.

 Parece que a manifestação do dinheiro como moeda segue a natureza da mercadoria força de trabalho.


No período da circulação simples de mercadorias, antes do advento do capital propriamente dito, a força de trabalho é eminentemente manual e física, o que se reflete na moeda metálica.


Com o advento do capital, nas duas primeiras revoluções industriais, a força de trabalho é manual e intelectual na mesma medida, o que se reflete na dualidade da moeda fiduciária ou papel moeda com lastro em metal precioso, máxime o ouro.


Com a revolução digital hodierna e o advento da força de trabalho eminentemente intelectual na produção da mercadoria software, a moeda passa a ser digital e perde seu suporte material ou metálico.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

DINHEIRO E FORÇA DE TRABALHO

 No período histórico do dinheiro enquanto circulação simples de mercadorias, a saber, anteriormente à inserção do dinheiro na compra e venda da força de trabalho, a moeda é metálica e as mercadorias exibem-se fruto do trabalho manual dos respectivos produtores.


Com o advento da força de trabalho como mercadoria, que é fruto do trabalho familiar e não industrial, o dinheiro passa a manifestar-se como moeda fiduciária ou papel-moeda, desligando-se paulatinamente da forma material equivalente às mercadorias.


Com o advento da atual revolução digital e da força de trabalho eminentemente intelectual na produção da mercadoria consubstanciada no software, força de trabalho esta que é produto do trabalho também intelectual dos professores, a moeda perde seu suporte material para se manifestar como moeda digital.


Texto para discussão.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Empreendedorismo faz parte do passado!

 Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem sob circunstâncias de sua própria escolha, mas sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado; a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.


A sentença de Karl Marx, acima, antolha-se-nos axial: decerto a propriedade privada dos meios de produção e o individualismo empreendedor cumpriram uma função histórica no desenvolvimento das forças produtivas, constituindo um substrato econômico sobre o qual se erguerá o modo comunista de produção lastreado na propriedade coletiva dos meios de produção e na planificação econômica mundial.


O modo capitalista de produção consistiu em fase necessária do desenvolvimento econômico da história humana, mas atualmente ele a coloca em perigo: crises financeiras e ecológicas hodiernas ameaçam a própria existência da espécie humana.


O empreendedorismo individual exibe-se, pois, atualmente extemporâneo e intempestivo e, se cumpriu a sua função no desenvolvimento histórico das forças produtivas, hoje ele não suplanta o jaez de mera ideologia burguesa conservadora e retrógrada que somente reproduz o atual estado de coisas periclitante.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

REVOLUÇÃO DIGITAL E DIVISÃO DO TRABALHO

A hodierna revolução digital, ao promover a adoção em larga escala do trabalho assalariado eminentemente intelectual na produção de software, atenuou, como anteriormente postulado, a linha limítrofe clássica entre o trabalho manual (proletariado) e o trabalho intelectual (capitalistas).

Promoveu, ainda, uma profunda fissura no âmago da classe operária, composta agora por uma aristocracia de trabalhadores assalariados eminentemente intelectuais, suscetíveis de mobilização pelo fascismo e atual ideologia do empreendedorismo, que se opõe ideologicamente aos clássicos trabalhadores assalariados eminentemente manuais da indústria fabril.

Encetou, ainda, uma nova divisão internacional do trabalho, com o centro do sistema capitalista mundial, liderado pelos Estados Unidos, caracterizado pela produção de software sofisticado, como a inteligência artificial, e uma periferia consumidora de desse produto e ainda dependente do trabalho eminentemente manual da indústria fabril tradicional. 

Hipótese sub judice



por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.  

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

DINHEIRO E CAPITAL

 Anteriormente ao advento do capital propriamente dito, que extrai mais-valia diretamente do processo de produção, os mercadores detentores do dinheiro extorquem mais-valia ou excedente no processo de circulação de mercadorias, comprando barato e vendendo caro como no denominado antigo sistema colonial, o que exaure o âmbito produtivo e determina crise de subprodução, que conduziu ao declínio do Império colonial ultramarino ibérico.


Com a inserção do dinheiro na produção, mediante compra e venda da mercadoria consubstanciada na força de trabalho pelo capital propriamente dito, a mais-valia agora é extraída do processo de produção, o que determina crises de superprodução como descritas por Rosa Luxemburgo.




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

UMA HIPÓTESE MONETÁRIA

A existência do dinheiro, a saber, o fenômeno monetário decorre diretamente da dissociação entre produção e consumo, nomeadamente da diminuta velocidade de circulação de mercadorias e de capital, de tal sorte que, quanto maior a velocidade supracitada, menor a necessidade e a quantidade de dinheiro circulante, bem assim mais independente de um suporte material exibe-se o dinheiro, que de moeda metálica evoluiu para as modernas moedas digitais. 

Anteriormente à sua inserção no âmbito da produção como capital propriamente dito, o dinheiro beneficiava-se da reduzida velocidade da circulação de mercadorias e ensejava a extração de mais-valia mediante as variações de preços dos distintos valores de uso, com os mercadores comprando barato e vendendo caro, de tal sorte que, quanto menor a velocidade de circulação de mercadorias, maior era a mais-valia extorquida.     

Com o advento do capital propriamente dito, a saber, do dinheiro na compra e venda da força de trabalho, inserindo-se no âmbito da produção de mercadorias, a relação supracitada inverte-se, de tal maneira que quanto maior a velocidade de circulação de mercadorias ou de capital, maior a taxa de lucro do capital industrial, em razão da diminuição dos faux frais

A atual revolução digital aumentou a velocidade de circulação de capital e incrementou, assim, a taxa de lucro do capital industrial.

Hipótese sub judice.




por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.