Jesus Cristo e Sócrates foram ambos condenados à morte, o primeiro por exaltar o amor, o outro por enaltecer a razão, mas esta dicotomia está profundamente radicada no duplo caráter das relações de produção consubstanciadas na categoria econômica da mercadoria enquanto valor de uso e valor de troca, seus aspectos respectivamente concreto e abstrato.
Friedrich Nietzsche colimou encetar a crítica desta dicotomia na denúncia tanto da religião quanto da razão, ao preconizar uma nova ética consubstanciada na acepção do sobre humano.
Mas sua crítica é apenas teórica e não prevê as condições práticas para o advento desta nova ética!
Quem propugna com fundamento as condições práticas para a superação de dita dicotomia é Karl Marx, em sua crítica da mercadoria e seu desdobramento no capital.
Seriam Marx e Nietzsche filósofos mutuamente complementares sob prisma teórico e prático?
Voltaremos a esse assunto!
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.