Hipóteses bem incipientes para discussão no âmbito marxista:
1) a força de trabalho não é fruto do trabalho humano, portanto não exibe valor e não pode ser vendida como mercadoria;
2) nada garante que o valor produzido durante a jornada de trabalho seja superior ao valor das mercadorias que compõem as necessidades diárias de produção e reprodução da força de trabalho. De 1 e 2 dessume-se que:
3) a mais-valia absoluta só pode decorrer da diferença entre o preço pago pelo capitalista ao trabalhador assalariado pelas mercadorias que este produz, isto é, o salário, e o valor efetivo destas mercadorias, sendo certo que o preço pago, o salário, é menor que o valor efetivo das mercadorias produzidas pelo trabalhador assalariado.
4) A diferença entre preço (salário) e valor, de que resulta a mais-valia absoluta, deriva da propriedade privada dos meios de produção e do exército industrial de reserva, que pressionam o salário para baixo.
5) O constante desenvolvimento técnico do capitalismo deriva da necessidade de incrementar o exército industrial de reserva para pressionar para baixo os salários.
São conjecturas bem incipientes para discussão, obrigado.
(por Luis Fernando Franco Martins Ferreira, historiador e membro do NEC do Partido dos Trabalhadores)