quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

O PROBLEMA DAS INFORMAÇÕES DISPERSAS NO SÉCULO XXI

Friedrich August von Hayek, deve-se admitir, foi um intelectual de grande envergadura nas ciências sociais, mas não viveu o suficiente para testemunhar o atual avanço tecnológico que as ciências da computação vêm logrando neste século, particularmente no que pertine à internet e à assim denominada inteligência artificial. 

Nesse diapasão, parece-me que suas objeções à economia centralmente planificada exibem-se hodiernamente obsoletas: com efeito, o problema das informações dispersas, no universo de complexidade essencial das ciências sociais, foi superado precisamente pelos avanços da tecnologia da informação no século corrente. 

Sem embargo, atualmente a coleta de tais informações, dispersas entre bilhares de agentes econômicos, foi ensejada pela internet, mediante a qual cada indivíduo poderia prestar informações privadas, em tempo real, de sua produção e consumo individuais, familiares ou empresariais a um algoritmo central que seria encarregado da consecução do equilíbrio entre oferta e demanda econômicas de toda a sociedade, o qual forneceria ainda, de forma dinâmica e flexível pela contínua atualização de dados, as diretrizes de produção e consumo a serem observadas por cada indivíduo prestador das informações. 

Penso em uma estrutura de planificação econômica descentralizada, nos moldes do centralismo democrático vigente no já antológico partido bolchevique, em que os partícipes contribuem com o debate entre os mesmos, mas se submetem à direção central que toma decisões com fundamento em tal debate e votação coletivos.

Discorrerei em breve sobre a submissão individual às decisões centrais e coletivas. 





POR LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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