A grande revolução industrial inglesa do século XVIII já encontrou uma produção socializada prévia bem estabelecida, pela manufatura e artesanato, de vestuário, isto é, do valor de uso sobre o qual tal revolução incidiu de maneira mais evidente, de tal sorte que se podia cogitar em um valor de troca, ou valor tout court, prévio de tal valor de uso, a saber, de um tempo de trabalho humano socialmente necessário para o produzir.
A segunda revolução industrial, todavia, engendrou novos valores de uso, como o telefone, verbi gratia, que não exibiam uma produção prévia socialmente estabelecida, mas, ao contrário, eram produzidos por monopólios pioneiros e transitórios, como já postulado nesta plataforma digital.
Nesse caso, inexistente portanto um tempo de trabalho socialmente necessário para produzir tais valores de uso inauditos, como determinar o seu valor de troca ou tout court?
Acalentamos nesse caso a conjectura de que o valor é determinado pela utilidade marginal desses novos valores de uso, consoante preconiza a teoria marginalista, cabendo destacar a elevada dimensão de tal valor, dada a novidade da sua utilidade.
Conjectura sub judice.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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