1. Na época do predomínio da manufatura, do mercantilismo e do antigo sistema colonial, prevalece a teoria marginalista do valor econômico, sendo certo que a mais-valia é extraída no processo de circulação de capital, onde os valores de uso exóticos de ultramar são vendidos por preços mais elevados na Europa do que nas praças ultramarinas onde são adquiridos pela burguesia mercantil.
2. Com a revolução industrial inglesa do século XVIII, passa a prevalecer a teoria do valor-trabalho, com extração de mais-valia no processo de produção de capital, sem introdução de valores de uso inovadores e inauditos, eis que tal revolução incidiu sobre uma produção prévia já estabelecida de vestuário por meio da manufatura.
3. Com a segunda revolução industrial, volta a prevalecer a teoria marginalista do valor econômico, eis que a mais-valia passa a ser novamente extraída no processo de circulação de capital, por meio de valores de uso inauditos de preços elevados, conquanto oriundos do processo de produção de capital, vale dizer, o caráter por assim dizer “exótico” da mercadoria é engendrado no próprio modo de produção capitalista local, e não importado de ultramar como no antigo sistema colonial.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.