segunda-feira, 29 de setembro de 2025

ECOLOGIA (em homenagem ao grande companheiro LULA)

Repetidas vezes asseveramos aqui que a produção e reprodução da vida material humana em sociedade bifurca-se em dois vértices, a saber: o trabalho, pelo qual se produzem e reproduzem relações de produção, ou de propriedade dos meios de produção, heterônomas e alienadas que dividem a espécie do homo sapiens em classes sociais e Estados nacionais antagônicos; e a reprodução sexuada, pela qual se produzem e reproduzem os indivíduos da mencionada espécie. 

Evidentemente, as relações de propriedade dos meios de produção dividem a espécie do homo sapiens, enquanto a reprodução sexuada nos une enquanto espécie.

A hodierna crise ecológica é provocada, ao que tudo indica, pela globalização das relações de produção tipicamente capitalistas, mas encerra o potencial de aniquilar toda a espécie do homo sapiens, adquirindo, portanto, um jaez universal. 

O marxismo, ao qual espero estar teoricamente filiado, dirá que a tarefa de superar o capitalismo, e engendrar a humanidade concreta do comunismo mundial, está associada à classe despojada dos meios de produção, o proletariado ou classe trabalhadora, que encerra o dever histórico de, pelas lutas de classes, soterrar a propriedade privada dos meios de produção sob o império da propriedade coletiva mundial de tais meios. 

Todavia, o advento das armas nucleares encerrou também o condão de tornar as lutas de classes potencialmente aniquiladoras, outrossim, da nossa espécie biológica. 

Nesse diapasão, em que tanto o capitalismo quanto a luta para superá-lo podem potencialmente extinguir o homo sapiens, resta-nos o quanto segue:

A Inglaterra, palco pioneiro do advento histórico do capital propriamente dito mediante inserção do dinheiro no processo de produção material, testemunhou também uma certa acomodação política entre a decadente classe latifundiária, ou nobre, e a nascente burguesia industrial mediante o instrumento jurídico da renda da terra. 

Hodiernamente, seria talvez o caso de haurir um instrumento jurídico mundial, sucedâneo das lutas de classes, de indenização possível da classe capitalista pela desapropriação de seus meios de produção em nome da implantação da propriedade coletiva mundial de tais meios pelo proletariado universal: denominaria provisoriamente tal instrumento como renda do capital. 

Hipóteses sub judice.




por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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