Em sua já consagrada película cinematográfica do título em epígrafe, o também já consagrado cineasta Martin Scorsese expõe com galhardia um temível círculo vicioso, a saber, aquele que se alinhava entre política e crime.
Sim, pois o Estado, ao proibir certas atividades, tornando-as ilícitas, também as erige entre as mais lucrativas, onde o dinheiro circula com grande facilidade e pode, então, financiar a política, colocando no poder estatal figuras que protegem as atividades ilícitas...e assim por diante, em um perpétuo círculo vicioso.
Eis a hipótese e o argumento esgrimidos por Martin Scorsese em sua magistral película, os quais se me antolham de irrepreensível verossimilhança, fazendo do filme em comento uma verdadeira obra-prima.
Mas, observem que os criminosos alegam atuar em nome da proteção da sacrossanta família e, via oblíqua, da propriedade privada, instituições muitas vezes erigidas também a princípios constitucionais ou legais.
Enfim, é a velha história do ovo e da galinha, se me permitem uma metáfora coloquial que de certa maneira ilustra bem este intrincado e inextricável sistema de retroalimentação entre crime e política.
Aguardo respeitosamente os comentários de eventuais leitores.
(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador)
Mister obtemperar também que há uma certa personalidade violenta que se adequa bem tanto na orbe do crime quanto na da política, transitando com facilidade entre esses dois mundos, o que Scorsese explora muito bem, e que talvez explique em alguma medida o fenômeno da violência fascista.
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