quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO MERCADORIA

Consoante já ventilado neste portal eletrônico, por diversas vezes, a primeira revolução industrial do capitalismo, ocorrida em solo britânico no século XVIII, afetou primordialmente o processo de produção de capital, com a introdução de inovações tecnológicas nesse âmbito, sem no entanto incidir no processo de circulação de capital, isto é, sem revolucionar as mercadorias em seu valor de uso. 

Já a segunda revolução industrial, em fins do século XIX e início do século passado, incidiu tanto no processo de produção como no processo de circulação de capital, com introdução de inovações tecnológicas também nas próprias mercadorias, que exibiam novos valores de uso para satisfazer a novas necessidades humanas. 

No que pertine à revolução digital ou microeletrônica, do final do século passado até o momento atual, observa-se uma novidade muito importante, eis que agora as próprias inovações tecnológicas passaram a exibir o caráter de mercadoria.

Sim, pois, com a aludida revolução digital, as próprias inovações tecnológicas, que antes afloravam à margem da produção capitalista, passaram a ser produzidas em escala industrial no âmago do modo capitalista de produção, assumindo o jaez de mercadorias.

Logo, as revoluções industriais, que antes da tecnologia da informação, típica da revolução digital, ocorriam em saltos determinados, foram assimiladas pelo capital e passaram a figurar como produto dele, e mesmo como sua principal mercadoria, de tal sorte que tais revoluções, por assim dizer, institucionalizaram-se e se tornaram constantes e corriqueiras. 

(por LUIS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador)   

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