Já tive a oportunidade de aventar que as duas primeiras grandes revoluções industriais do capitalismo incidiram primordialmente no capital constante, com o decorrente aumento da composição orgânica do capital. As fábricas foram seu palco por excelência, onde o desenvolvimento do capital fixo e o aumento da força produtiva do trabalho fizeram-se notar, e os novos valores de uso, de jaez ainda material, exsurgiram para satisfação de novas necessidades humanas.
A revolução digital ou microeletrônica, por seu turno, produziu um novo proscênio de trabalho: as fábricas foram substituídas pelos escritórios e estes, atualmente, pelo denominado home office, com a decorrente diminuição dos aportes em capital constante e desenvolvimento de um novo produto eminentemente virtual, o software.
Tal decréscimo do capital constante foi acompanhado por um incremento nos investimentos em capital variável, em razão da exigência de maior qualificação da força de trabalho, com a decorrente diminuição da composição orgânica do capital.
Resta avaliar como reagiu a taxa de mais-valia diante do aumento do valor da força de trabalho, para haurir o atual desempenho das taxas de lucro do capital.
São conjecturas e indagações a desenvolver.
(Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador)
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