A noção de limite pressupõe dialeticamente o seu oposto, a saber, a ideia de infinito.
Mas a delimitação e a infinitude exibem-se como entidades humanas, demasiado humanas, que quedam arraigadas, pois, nas relações de produção que os seres humanos contraem entre si de maneira heterônoma e alienada.
Nesse diapasão, parece lícito aventar que a ideia de infinito repousa em grande medida sobre a delimitação consistente na instituição da propriedade privada dos meios de produção, vale dizer, no capital.
Por tal motivo, Karl Marx enunciava acertadamente que o processo de acumulação de capital não tem limites, ou seja, é teoricamente infinito, malgrado inserir-se em uma sociedade finita.
De tal contradição ou paradoxo decorrem as crises cíclicas do capitalismo, bem assim a hodierna crise ambiental em sua forma de emergência climática.
por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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