domingo, 14 de julho de 2024

O NÚMERO E O ÁTOMO

Tomemos dois pontos no eixo horizontal da abscissa no plano cartesiano, tais como, verbi gratia, os correspondentes aos números zero e um: ora, entre tais pontos há infinitos outros pontos, assim como entre os números zero e um há infinitos outros números; logo, parece um tanto absurdo estabelecer uma distância ou comprimento de reta delimitado, conquanto aleatório, entre esses pontos zero e um, dada a quantidade infinita de outros pontos entre eles. 

Tal delimitação, portanto, antolha-se-nos um paradoxo, decorrente na verdade do conceito de número, uma abstração humana, demasiado humana, que pressupõe a ideia de infinito, algo que não existe realmente no universo, o qual está em expansão e, por conseguinte, não é infinito. 

Parece, outrossim, que a ideia de átomo, na física, compartilha a mesma abstração matemática ínsita no conceito de número, eis que, a princípio, hipoteticamente indivisível, o átomo exibiu-se divisível e, até o momento, não parece haver limite para tal divisibilidade e para a quantidade de partículas subatômicas descobertas ou ainda a descobrir.

A ideia de unidade, pois, parece engendrar estranhos paradoxos.




por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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