De proêmio, rogo licença para evocar o texto de minha autoria intitulado "A informação contra o capital", previamente publicado neste portal eletrônico, para então formular a seguinte indagação: o dinheiro será substituído pela inteligência artificial? A resposta é afirmativa, pelas razões a seguir.
O dinheiro consiste na forma autônoma do aspecto abstrato da mercadoria, isto é, seu valor de troca, e serve, através da circulação de mercadorias, como dispositivo de satisfação abstrata de necessidades humanas concretas.
Mas é preciso enfatizar que o dinheiro serve, pois, como forma abstrata e crítica de coadunar oferta e demanda econômicas, sujeita a flutuações e crises periódicas que obstam o livre desenvolvimento das forças produtivas.
A internet e a inteligência artificial encerram hodiernamente a potencialidade de substituir o dinheiro em sua função de coadunar oferta e demanda econômicas, através daquilo que temos denominado, também neste portal eletrônico, como planificação econômica descentralizada, uma forma de reatar a produção e o consumo econômicos com dados fornecidos em tempo real pelos agentes envolvidos, com o auxílio precisamente da internet e da inteligência artificial.
Estados Unidos e China emulam atualmente pelo desenvolvimento da inteligência artificial como sucedâneo do dinheiro, e as medidas tomadas por Donald Trump contra a ameaça à hegemonia do dólar, máxime contra os BRICS, inserem-se nesta disputa pela supremacia econômica mundial.
Mas vejam: os estadunidenses colocam-se por ora na frente desta corrida tecnológica, considerando sua suficiência na produção de microprocessadores e em projetos estratégicos como o STARGATE LLC.
por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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