Parece que, efetivamente, o aumento da composição orgânica do capital conduz a um declínio tendencial das taxas de lucro, de tal sorte que a utopia do capital consiste em aumentar esta taxa mediante a criação de novas necessidades humanas e novos valores de uso respectivos, os quais exibem elevada utilidade e altos preços, sem afetar a composição orgânica.
A primeira revolução industrial compensou este aumento da composição orgânica mediante aumento da mais-valia absoluta, enquanto a segunda revolução industrial compensou o aumento da composição orgânica mediante criação de novos valores de uso no âmbito dos transportes e telecomunicações, os quais exibiam elevados preços e aumentavam a velocidade de rotação do capital.
A terceira revolução industrial, do último quartel do século passado, simplesmente logrou a façanha de evitar o declínio tendencial das taxas de lucro ao manter ou diminuir a composição orgânica do capital, eis que seu processo produtivo e suas mercadorias exibem-se primordialmente virtuais, vale dizer, prescindem de capital constante em grande quantidade e utilizam intensamente o capital variável consubstanciado no trabalho eminentemente intelectual, sendo o software sua principal mercadoria.
São conjecturas a conferir.
(Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador)
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