A transfiguração de Gregor Samsa em inseto monstruoso, na novela A metamorfose de Franz Kafka, de certa forma rompe abruptamente com o realismo literário e inaugura o modernismo em sua vertente mais radical, que subverte aquilo que habitualmente acontece e crava uma realidade aparentemente absurda.
Kafka nos adverte, assim, que a própria ideia do indivíduo isolado, abstrato, essa “Robinsonada” à moda de Defoe, como sugeria Karl Marx, essa ideia é que configura uma teratologia, uma monstruosidade, enfim, um absurdo!
O modernismo kafkiano, destarte, exibe-nos a possibilidade de uma nova realidade, em que a ideia de indivíduo cede lugar a novas formas de existência e de sociabilidade, uma sociabilidade onde a solidão individual será uma afecção da alma etiologicamente curável.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Muito bom! Só tenho alguma dúvida sobre a persistência da cura.
ResponderExcluirEu também camarada Serginho rsrs
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