No breve discurso das hipóstases publicado neste portal eletrônico, tivemos a oportunidade de postular que os números e a matemática são resultado da relação de produção consubstanciada na mercadoria e desenvolvimentos históricos ulteriores, como dinheiro e capital e, nessa exata medida, existem como criação humana, na mesma medida em que a sociedade é uma criação humana.
Em suma, existem como algo humano, demasiado humano, conquanto habitualmente associados às ciências ditas “exatas”.
Demais disso, vimos também que o dinheiro, como relação de produção alienada entre os seres humanos, oculta a realidade subjacente da exploração do homem pelo homem por meio das variegadas formas históricas da mais-valia, sendo o capital a forma mais atual dessa exploração.
Logo, podemos dessumir que os números e a matemática, conquanto funcionais no mundo dominado pelo capital, encobrem a essência desse universo, que é a exploração econômica do trabalho alheio.
A superação histórica vindoura do modo capitalista de produção pelo comunismo mundial entronizará, provavelmente, novas formas de linguagem sucedâneas da matemática, mas por ora é dever do cientista social e do historiador suplantar a aparência dos números, que o capital lhe oferece diretamente aos sentidos, para haurir a medida verdadeira da exploração econômica do trabalho alheio pressuposta na extorsão da mais-valia.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Nunca gostei de matemática por pura incompetência. Mas agora tenho um bom pretexto anticapitalista. Valeu!
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