sábado, 8 de abril de 2023

Brevíssimos elementos provisórios sobre inteligência artificial

Surgiu no final do ano passado, no Vale do Silício, onde se situa a atual vanguarda industrial mundial, um novo modelo de software denominado inteligência artificial generativa, capaz de produzir textos e imagens.


Estima-se que tal tecnologia em breve produzirá outros programas de software, vale dizer, consistirá em software produtor de software, com substituir tarefas mais repetitivas e menos complexas hoje atribuídas aos programadores de tecnologia da informação, liberando-os para tarefas intelectuais mais sofisticadas.


Assumindo que tal inteligência artificial encerra o jaez de capital constante, a adoção dessa nova tecnologia pelo capital empregado na produção de software resultará em aumento da composição orgânica desse capital.


Ora, consoante já aventado neste portal eletrônico, a revolução digital atual aumentou o valor da força de trabalho, diminuindo portanto a taxa de mais-valia.


Esta diminuição da taxa de mais-valia, combinada com o aumento da composição orgânica do capital decorrente da adoção da inteligência artificial na produção de software, culminará em declínio tendencial das taxas de lucro do capital, na esteira do que Marx prevê no livro terceiro de sua obra magna, O Capital.


São singelas hipóteses e conjecturas sujeitas ao crivo crítico.


Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador e membro fundador do Núcleo de Estudos do Capital do Partido dos Trabalhadores 

4 comentários:

  1. Seguindo no caminho do debate mais provocativo do momento. Muito bem!

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  2. Caro Camarada, não obstante concorde com a percepção de redução da taxa de lucro, temo que a “inteligência artificial” seja ainda refém de tecnologias ainda não completamente viáveis comercialmente como a computação quântica ou sua alternativa: as redes 5G acompanhadas de processamento nas nuvens.

    Mesmo assim o desemprego estrutural avança nas classes médias cada vez mais empurradas para o fascismo em seu mal estar combinando “ saudades de uma tradição que nunca existiu “ e na “vertigem por um futuro” onde ele não estará…
    As primeiras vítimas são os editores de planilhas e imagens: contadores, editores de imagem, engenheiros de power point, advogados além de toda atividade intelectual de rotina repetitiva (tal qual na mecanização fordista do chão de fábrica).

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  3. O futuro nos dirá pra onde caminharemos com isso. Ou melhor: a história.

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  4. Camaradas, muito obrigado pela leitura e comentários, eu particularmente penso que, conquanto a inteligência artificial não exiba um futuro promissor no modo capitalista de produção, ela nos será útil na vindoura planificação econômica socialista, estou certo disso, razão pela qual não vejo com bons olhos a suspensão de seu desenvolvimento, preconizada por alguns!

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