Vimos na publicação imediatamente anterior deste portal eletrônico que o salário em moeda fiduciária serve para ocultar a mais-valia, pois parece pagar o trabalho quando na verdade remunera a força de trabalho.
Deve-se considerar ainda a aparente dissonância entre o aumento gradativo e constante da força produtiva do trabalho ao longo da história e a persistência do fenômeno inflacionário: ora, o aumento da produtividade do trabalho deveria diminuir os preços das mercadorias individualmente consideradas, mas o que se observa é a resistência do fenômeno inflacionário.
Bem, o desenvolvimento histórico do modo capitalista de produção engendra o aumento da força produtiva do trabalho e a mais-valia relativa dele decorrente.
Desse modo, a jornada de trabalho divide-se em um sobretrabalho cada vez maior com a correspondente diminuição do trabalho pago.
Ora, como a moeda fiduciária serve para remunerar o trabalho (pago) e ocultar o sobretrabalho, mas parecendo remunerar toda a jornada de trabalho, segue que esse dinheiro perde paulatinamente valor, com a consequente diminuição do respectivo poder de compra, vale dizer, ele é constantemente corroído em seu poder aquisitivo, fenômeno este denominado comumente como inflação.
Demais, o dinheiro vai perdendo valor e simultaneamente sua própria materialidade, partindo do dinheiro metálico típico da era pré capitalista até culminar nas hodiernas criptomoedas e moedas digitais oficiais.
São conjecturas sujeitas ao crivo crítico.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Então a inflação deve ser um dos mecanismos pelo qual a burguesia empobrece e esconde isso dos trabalhadores geração após geração! O filho engenheiro viaja para Miami mas não consegue comprar o apartamento do pai ferramenteiro e muito menos o sobrado do avô soldador.
ResponderExcluirAlguém tem que avaliar dar o Haddad que inflação expropria salário