terça-feira, 25 de abril de 2023

SOBRE A INFLAÇÃO

 Vimos na publicação imediatamente anterior deste portal eletrônico que o salário em moeda fiduciária serve para ocultar a mais-valia, pois parece pagar o trabalho quando na verdade remunera a força de trabalho.


Deve-se considerar ainda a aparente dissonância entre o aumento gradativo e constante da força produtiva do trabalho ao longo da história e a persistência do fenômeno inflacionário: ora, o aumento da produtividade do trabalho deveria diminuir os preços das mercadorias individualmente consideradas, mas o que se observa é a resistência do fenômeno inflacionário.


Bem, o desenvolvimento histórico do modo capitalista de produção engendra o aumento da força produtiva do trabalho e a mais-valia relativa dele decorrente.


Desse modo, a jornada de trabalho divide-se em um sobretrabalho cada vez maior com a correspondente diminuição do trabalho pago.


Ora, como a moeda fiduciária serve para remunerar o trabalho (pago) e ocultar o sobretrabalho, mas parecendo remunerar toda a jornada de trabalho, segue que esse dinheiro perde paulatinamente valor, com a consequente diminuição do respectivo poder de compra, vale dizer, ele é constantemente corroído em seu poder aquisitivo, fenômeno este denominado comumente como inflação.


Demais, o dinheiro vai perdendo valor e simultaneamente sua própria materialidade, partindo do dinheiro metálico típico da era pré capitalista até culminar nas hodiernas criptomoedas e moedas digitais oficiais.


São conjecturas sujeitas ao crivo crítico.


Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

Um comentário:

  1. Então a inflação deve ser um dos mecanismos pelo qual a burguesia empobrece e esconde isso dos trabalhadores geração após geração! O filho engenheiro viaja para Miami mas não consegue comprar o apartamento do pai ferramenteiro e muito menos o sobrado do avô soldador.
    Alguém tem que avaliar dar o Haddad que inflação expropria salário

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