Já vimos, no exórdio deste singelo opúsculo, o nascedouro do dinheiro no valor de troca, isto é, no aspecto abstrato da categoria econômica da mercadoria, bem assim sua consubstanciação no ouro, faceta concreta do aspecto abstrato desta mesma mercadoria, razão pela qual se faz mister, agora, exibir um panorama mais minudente do contexto histórico em que se passaram os eventos descritos neste ensaio biográfico, nos seguintes termos.
Previamente ao advento da maquinaria e grande indústria, vale dizer, no período histórico do predomínio da manufatura, onde há subsunção meramente formal do trabalho no capital e em que impera o Estado absolutista ancorado no antigo sistema colonial, os lucros são hauridos em grande medida no processo de circulação de capital, mediante as diferenças de preços entre metrópole e colônia, sustentados pelos mecanismos dos monopólios e daquilo que, certa feita, o grande historiador Fernando Novais denominou como exclusivo colonial.
Nesse diapasão, o dinheiro revela seu verdadeiro jaez como instrumento de extorsão de trabalho colonial não pago, mediante preços administrados pelos monopólios metropolitanos, fazendo sangrar, na forma de metal dourado, a colônia brasileira.
Em virtude deste sangue metálico que corria nas veias de sua terra natal, nosso inesgotável artista, de alcunha Aleijadinho, legou-nos uma obra universal e perene, logrando suscitar, inclusive, as copiosas lágrimas que umedeceram as folhas de papel dos vertentes manuscritos durante o ato mesmo de sua elaboração.
por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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