quarta-feira, 30 de abril de 2025

ELEMENTOS PARA UMA HIPÓTESE DE TRABALHO EM HISTÓRIA ECONÔMICA

Vimos previamente, neste portal eletrônico, que, durante o período manufatureiro, anterior ao advento da maquinaria e grande indústria característica da grande revolução industrial inglesa do século XVIII, os lucros são hauridos primordialmente no processo de circulação de mercadorias, mediante o antigo sistema colonial mantido pelos Estados absolutistas e mercantilistas. 

Com a mencionada revolução industrial, ocorre, por assim dizer, uma introdução da circulação de mercadorias na produção de mercadorias, pois a própria força de trabalho torna-se mercadoria sujeita à circulação, sendo certo que os lucros passam a ser hauridos no processo de produção de capital, mediante a extorsão da mais-valia. 

Com o advento da grande indústria mecânica pesada de bens de consumo duráveis e o correspondente capitalismo monopolista, todavia, os lucros voltam a ser hauridos, em especial, no processo de circulação de capital mediante os preços administrados, advento este que, em certa medida, foi impulsionado pelo declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial do período da concorrência econômica, anterior aos monopólios. 

Hodiernamente, com a revolução digital, observa-se um movimento inverso à revolução industrial inglesa do século XVIII, pois se evidencia a introdução da produção de capital na circulação de capital, senão vejamos. 

Sem embargo, se no capitalismo monopolista os lucros são auferidos primordialmente no processo de circulação de capital mediante preços administrados, a atual revolução digital, caracterizada pela produção industrial de software em ambiente ainda monopolista, encerra o condão de acelerar o processo de circulação de capital por meio de inovações nas telecomunicações como a internet, bem assim através do mais célere processamento das informações com a inteligência artificial, verbi gratia, o que aumenta a massa de lucro auferida em dado lapso temporal, maximizando e acelerando a acumulação de capital. 

Hipóteses sub judice. 




por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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