segunda-feira, 5 de maio de 2025

RESILIÊNCIA CAPITALISTA

Em caráter ainda bastante incipiente e conjectural, ouso ventilar que o capitalismo concorrencial do século XIX arrostava duas frentes de óbices à acumulação irrestrita de capital consistentes no seguinte:

No âmbito do processo de produção de capital, a concorrência conduzia ao aumento da composição orgânica do capital colimando a elevação da força produtiva do trabalho para redução dos preços, o que, por seu turno, provocava um declínio tendencial da taxa de lucro do mesmo capital.

Na orbe do processo de circulação de capital, esta mesma concorrência engendrava um entrave consistente no descompasso entre oferta e demanda econômicas, com dificultar a realização da mais-valia. 

O capitalismo monopolista do século XX, de certa forma, resolveu em boa medida tais óbices da fase concorrencial, pois eliminou a concorrência e, por conseguinte, a necessidade da aumentar a composição orgânica do capital para reduzir preços, removendo o espectro da queda tendencial da taxa de lucro. 

De outro bordo, mediante a possibilidade de imposição de preços administrados, os monopólios ensejaram de certa forma coadunar, ao menos em determinado setor da economia, a oferta e a demanda econômicas, facilitando a realização da mais-valia.

Hipóteses sub judice. 




por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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