terça-feira, 27 de maio de 2025

DESINDUSTRIALIZAÇÃO?

Quer me parecer que a aceleração do processo de circulação de capital representa um contraponto ao declínio tendencial de sua taxa de lucro, pois diminui os assim denominados faux frais e aumenta a massa de lucro auferida em determinado lapso temporal.

Por isso, nos séculos XIX e XX observou-se uma grande evolução na indústria de material de transporte, máxime do automóvel, que viabiliza maior celeridade no deslocamento de pessoas e mercadorias. 

A hodierna revolução industrial digital, todavia, parece configurar um ponto de inflexão neste panorama, pois substituiu em grande medida tal necessidade de deslocamento físico de mercadorias e pessoas, ao favorecer mercadorias virtuais e telecomunicações instantâneas pela internet. 

Isso provocou uma certa desindustrialização na região do assim designado Cinturão da Ferrugem nos EUA, verbi gratia, e em outras regiões do planeta, como o Brasil e, ao que parece, o Japão, cuja indústria automobilística também sofre suas consequências. 

Seria um movimento de substituição definitiva da tradicional indústria da transformação, material, por uma indústria da informação, virtual?

Não estou absolutamente convicto disto, pois a revolução digital, com seus data centers e inteligência artificial, exigem uma infraestrutura de hardware e produção de energia elétrica extremamente importantes, de tal sorte que a produção material parece ter mudado de aspecto, mas não desaparecido.

Conjecturas sub judice. 



por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.  

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