A investigação dialética que constitui o monumento científico intitulado O Capital, de autoria de Karl Marx, representa na verdade a culminância modelar da história econômica, senão vejamos.
Debruçando-se primordialmente sobre a lógica dialética do devir histórico, com suas rupturas e transformações históricas, Marx de certa forma submete, sem desprezar, o método quantitativo ao qualitativo, exibindo o movimento diacrônico que encerra a transformação da mercadoria (ou seu valor de troca) em dinheiro e, este, em capital propriamente dito.
Vale enfatizar que se cuida de um movimento pendular e dialético, ou dialeticamente pendular, pois a produção (trabalho) conduz à circulação (consumo) e vice-versa.
Nesse diapasão, o tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de dada mercadoria transforma-se em valor de troca e este em dinheiro ou circulação de mercadorias, ao passo que o dinheiro, voltando-se à produção e transformando força de trabalho em mercadoria, isto é, introduzindo a circulação na produção, metamorfoseia-se em capital propriamente dito.
Obra de gênio visionário, somente superável quando seu próprio objeto de investigação for superado.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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