domingo, 26 de outubro de 2025

TEMAS INCIPIENTES SOBRE ABSTRAÇÃO E VALOR DE TROCA

À abstração do indivíduo, ou grupo, isolado, que se dissocia da história passada de que na verdade é fruto, corresponde a abstração do valor de troca da mercadoria, que adquire autonomia como dinheiro, ou seja, como circulação de mercadorias. 

Isso porquanto a TROCA de mercadorias pressupõe distintos PROPRIETÁRIOS dessas mercadorias que são trocadas, isto é, os indivíduos ou grupos isolados somente se relacionam entre si na troca de merdadorias como seus respectivos proprietários, pois, nota bene, não faz sentido cogitar em troca de mercadorias entre indivíduos que são coletivamente detentores ou proprietários de um conjunto de objetos meramente compartilhados, e não trocados, entre os mesmos.  

Logo, a propriedade privada do objeto a ser trocado como mercadoria consiste em pressuposto da relação social ou de produção consubstanciada nessa troca de mercadorias. 

Mas, na verdade, a propriedade privada de dada mercadoria decorre da apropriação, pelo trabalho e pela violência, de determinados meios de produção dessa mesma mercadoria, de tal sorte que o aspecto abstrato da mercadoria, ou seja, seu valor de troca, é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para a respectiva produção, cabendo não olvidar que seu valor de uso consiste na sua qualidade concreta de satisfazer a necessidades humanas concretas. 

Dessume-se, portanto, que o aspecto abstrato da mercadoria, isto é, seu valor de troca, corresponde ao aspecto abstrato do indivíduo, ou grupo isolado, como proprietário privado de determinados meios de produção.

Em suma, a abstração da mercadoria exibe-se homóloga à abstração do indivíduo ou grupo isolados como proprietários privados.   





por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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