Muitos afirmam convictamente que o marxismo é ateu de forma ostensiva e militante.
Não tenho tanta certeza assim, conquanto esteja ciente do aforismo marxista consoante o qual a religião é o ópio do povo.
O Cristo, diante de Pôncio Pilatos, assegurou que seu reino não é deste mundo, e eu diria hipotética e simetricamente que Marx, diante de Deus no Céu, diria mais ou menos a mesma coisa.
É que os fundadores do socialismo científico simplesmente não se debruçaram de forma importante e conclusiva sobre o fenômeno religioso, cingindo-se com mais afinco na crítica da economia política e seus desdobramentos, isto é, voltaram sua atenção a coisas mais terrenas e profanas, de tal sorte que considero leviano assegurar que Marx e Engels eram militantemente ateus.
Mas olhem:
O mesmo Cristo também exortou “assim na terra como no céu”, o que complica um pouco, ou muito, as coisas para seus seguidores.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador:
"O socialismo traria a superação prática da religião. Esta é a posição definitiva de Marx e, por isso, jamais concordará com o ateísmo militante - como posteriormente se implantou na União Soviética –, o que o levou a criticar Bakunin, porque este 'decretava o ateísmo como dogma para seus membros'", escreve Frei Betto, escritor, autor de “O marxismo ainda é útil?” (Cortez), entre outros livros.
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Muito obrigado camarada Serginho!
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