No âmbito da esquerda política, parece que as lutas de classes sociais estão paulatinamente perdendo sua centralidade em favor das assim designadas pautas identitárias.
Tal fenômeno tornou-se agudo com o colapso da União Soviética e a atual emergência climática, que exibe um poder lesivo maior do que as crises financeiras cíclicas do capitalismo.
Nesse caso, fica evidente uma certa crise hodierna da tradição marxista!
Mas olhem:
Os fundadores do socialismo científico, pelo que me consta, não desaprovavam totalmente essas pautas identitárias, não negavam sua existência, mas enfatizavam o fato de que, em última instância, elas são epifenômenos das contradições do modo capitalista de produção e, nesse sentido, as pautas econômicas e as lutas de classes ainda encerram sua importância central.
Evidentemente, não constitui tarefa trivial coadunar e harmonizar politicamente as lutas de classes com as pautas identitárias, mas é preciso fazê-lo, sem olvidar o predomínio do âmbito econômico em última instância.
O grande e saudoso Professor Florestan Fernandes ensinou-nos a fazer isso com o problema racial no Brasil, cabe hoje fazer o mesmo com a emergência climática em orbe mundial.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Concordo. O problema não são as lutas em defesa das identidades, mas o identitarismo. Tal como é preciso defender reformas sem cair no reformismo.
ResponderExcluirObrigado camarada Serginho, sempre certeiro e incisivo, valeu!
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