Mercadoria, dinheiro, capital industrial, capital comercial, renda fundiária, capital financeiro: as diversas categorias econômicas que se sucedem dialeticamente, de forma a um só tempo lógica e cronológica, representam as variegadas relações de produção que os seres humanos contraem involuntariamente no curso da história, em que os indivíduos somente importam como vetores de tais relações.
Eis a obra magna de Karl Marx, O Capital, modelo universal de história econômica como exposição da essência de tal história e, sim, revelação do caráter reificado das relações entre os seres humanos, porquanto involuntárias tais relações: por isso, o Homo sapiens faz sua própria história, mas não de acordo com a sua vontade.
Mas olhem:
A história de nossa espécie somente sobrepujará esse jaez reificado quando a humanidade deixar o estágio de conceito abstrato e, superando as dissociações de classe e Estados nacionais, alcançar uma realidade concreta.
Mas isso não será tarefa de indivíduos isolados, mas da classe trabalhadora que, desprovida dos meios de produção, exibe um caráter universal e revolucionário, o que lhe confere aptidão para unificar a espécie humana.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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