Na busca hodierna pela superação do capitalismo por um modo de produção superior, de jaez socialista, a China desempenha um papel geopolítico axial, senão vejamos:
A derrocada da União Soviética foi promovida precisamente por aquilo que Marx previra como contradição entre relações de produção e forças produtivas, mas de maneira invertida: sem embargo, as avançadas relações de propriedade da antiga URSS foram arrostadas e anuladas pelo caráter incipiente das suas forças produtivas, eis que a planificação econômica soviética não dispunha dos meios tecnológicos para lograr êxito.
Supondo que a planificação econômica demande um certo nível mínimo de desenvolvimento tecnológico que envolva internet, big data, algoritmos de inteligência artificial e mesmo computação quântica, consoante temos proposto neste portal eletrônico, parece lícito ventilar que a política desenvolvimentista do partido comunista chinês está correta, pois de nada adianta a instituição de relações de produção avançadas sem a correspondente excelência das forças produtivas, como o demonstra o desaparecimento da União Soviética.
A China moderna já alcançou um bom patamar na questão da assim designada inteligência artificial, mas precisa desenvolver com urgência a tecnologia da computação quântica, única forma de processar bilhões ou trilhões de dados econômicos de produção e consumo a nível mundial para fins de planificação econômica socialista.
Sem tal amadurecimento das forças produtivas, o socialismo remanescerá inviável.
Daí o papel geopolítico axial da hodierna China.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário