O primeiro capítulo do livro primeiro de O Capital de Karl Marx é de importância axial, pois enceta a distinção entre valor de uso e valor de troca da mercadoria como categoria econômica, o que inaugura a dissociação entre processo de produção e processo de circulação de capital, bem assim a teoria marxista do valor, conquanto, segundo nossos pressupostos já aqui exibidos, Marx não tenha atribuído, quanto ao valor de troca da força de trabalho enquanto mercadoria, o devido destaque ao papel da violência na determinação de tal valor.
O marginalismo, por outro lado, somente divisa na mercadoria o seu valor de uso e respectivo processo de circulação de capital, ocultando o valor de troca e a extração de mais-valia no processo de produção de capital, e nesse sentido cumpre seu papel como ideologia da sociedade burguesa.
O keynesianismo bebe precisamente das águas do marginalismo e oculta o processo de extração de mais-valia, cingindo-se também ao processo de circulação de capital, e parece que até mesmo o marxista Kalecki padece de tal espécie de limitação.
Urge investigar, hodiernamente, os quinhões do trabalho e da violência na determinação do valor da força de trabalho produzida pelo Estado capitalista.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário