segunda-feira, 18 de março de 2024

A nova aristocracia operária.

 Hodiernamente, observamos dois movimentos históricos combinados:


1. A confirmação da teoria marxista do valor, isto é, a superação da aparente aporia em seu âmago, eis que a força de trabalho torna-se cada vez mais intelectual e produzida pelo trabalho assalariado dos professores, de tal forma que já não se pode cogitar em uma mercadoria força de trabalho que não seja fruto do trabalho humano assalariado e, portanto, não exiba valor;

2. ⁠A configuração de uma cesura abismal e profunda, com implicações na divisão internacional do trabalho, entre trabalhadores eminentemente manuais da indústria manufatureira e trabalhadores eminentemente intelectuais da indústria da informação ou de software, sendo certo que os primeiros são tipicos das duas primeiras revoluções industriais, enquanto os demais são típicos da atual revolução microeletrônica ou digital.


Essa divisão relatada em 2 produz uma certa nova aristocracia operária dos produtores de informação, politicamente atrelada à burguesia industrial pela ideologia do empreendedorismo, o que traz um problema estratégico para os partidos dos trabalhadores ao redor do mundo.


Esta realidade hodierna deve ser programaticamente incorporada pelo Partido dos Trabalhadores no Brasil.






Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

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