domingo, 10 de março de 2024

Dinheiro e mais-valia.

 Como vimos, a relação de produção consubstanciada na mercadoria e na troca simples pressupõe a equivalência entre valor e preço dos produtos do trabalho humano.


Tal equivalência rompe-se com o advento da relação de produção consubstanciada na circulação de mercadorias e no dinheiro, pois os mercadores e comerciantes, ipsis litteris, compram barato para vender caro, de tal sorte que a moeda metálica já exsurge sob o pálio da extorsão de parte do produto do trabalhador pela classe social dos comerciantes, sendo que seu valor nominal já se exibe maior do que seu valor real ou intrínseco.


Com o advento do capital industrial e a compra e venda da força de trabalho como mercadoria, a moeda perde seu suporte metálico e passa a se apresentar como papel-moeda ou moeda fiduciária, com suceder um verdadeiro abismo entre seu valor nominal e seu valor real ou intrínseco.


Tal abismo aprofunda-se hodiernamente com as moedas digitais ou criptomoedas, a revelar um patamar superior de exploração da força de trabalho e extração da mais-valia.


Destarte, quanto maior a mais-valia, mais abstrato o dinheiro, e mais distante a moeda de um suporte material.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

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