Anteriormente ao advento do capital, a burguesia mercantil antediluviana, restrita ao processo de circulação de mercadorias, extrai mais-valia dos produtores dessas mercadorias por meio do dinheiro, comprando barato e vendendo caro, com beneficiar-se da precariedade histórica das comunicações e da circulação de informações.
Com o advento do capital, a saber, a inserção do dinheiro no processo de produção de mercadorias, a compra e venda da mercadoria consubstanciada na força de trabalho atribui um verniz de honestidade e normalidade que oculta a extração da mais-valia nesse processo de produção, mas a precariedade subsistente nas comunicações e circulação de informações, atrelada à propriedade privada dos meios de produção, determinam o caos no processo de circulação de capital, submetido a crises periódicas.
A atual revolução digital, que, em curso, trouxe a circulação de informações e telecomunicações ao centro da produção capitalista, contém latente e embrionária a superação das crises econômicas periódicas aludidas acima, insertas no processo de circulação de capital.
Resta, todavia, a abolição da propriedade privada dos meios de produção, latente no conflito entre capital e trabalho.
POR LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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