O universo da circulação de capital, do dinheiro e dos preços, é empírica e imediatamente acessível aos sentidos humanos, malgrado seja falacioso ao ocultar o universo da exploração da mais-valia na produção de capital.
Esse segundo universo foi descortinado pioneiramente por Karl Marx em sua obra prima insuperável consubstanciada nos três livros de O Capital.
A circulação simples de mercadorias, anterior ao capital, também foi objeto de investigação nessa obra monumental, em seu livro primeiro.
Todavia, Marx deixou de revelar a extração de mais-valia nesta circulação simples de mercadorias, latente no dinheiro:
Com efeito, os mercadores e comerciantes da burguesia mercantil compravam barato e vendiam caro, extraindo sobreproduto dos produtores de mercadorias mediante tal expediente fraudulento e encoberto pelo dinheiro e pela precariedade das informações e comunicações disponíveis historicamente.
Ao inserir-se no processo de produção, o capital enceta um verniz de normalidade e honestidade na compra e venda da mercadoria força de trabalho, que oculta empiricamente a extração de mais-valia.
O estudioso marxista deve considerar tal fraude empírica ínsita no dinheiro e nos preços, essa superfície da circulação de capital que encobre a realidade econômica da exploração da mais-valia.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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