Na publicação imediatamente anterior, postulamos a tendência histórica do aumento do valor da força de trabalho, em razão do desenvolvimento tecnológico e a exigência correlata de maior qualificação do trabalhador.
Pois bem.
Marx postulou que a composição orgânica do capital aumenta com sua acumulação e pressiona a taxa de lucro para baixo, tendencialmente.
Ocorre, todavia, que o aumento da massa de maquinaria e matéria-prima, que compõe o capital constante, é compensado pela diminuição do valor de tais meios de produção como mercadorias, em razão do aumento da força produtiva do trabalho.
Por outro lado, a diminuição relativa do número de trabalhadores em relação ao aumento da massa de meios de produção é compensada pelo aludido aumento do valor da força de trabalho.
Logo, a composição orgânica do capital tende a ficar estável, não a aumentar.
No entanto, a taxa de mais-valia diminui, em razão deste mesmo aumento do valor da força de trabalho.
Ora, se a taxa de mais-valia diminui, mas a composição orgânica do capital permanece estável, então a taxa de lucro tende realmente a cair.
A lei da queda tendencial da taxa de lucro aventada por Marx, portanto, está correta, mas por outros motivos.
Hipótese sob escrutínio.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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