quinta-feira, 4 de abril de 2024

Planificação econômica descentralizada.

 Os economistas liberais exibem uma aversão irracional ao planejamento econômico estatal, mas o colapso soviético lamentavelmente dotou-os de argumentos de grande envergadura.


Mas onde está o alardeado milagre coletivo da mão invisível de Adam Smith?


Ora, o modo capitalista de produção somente produz mazelas coletivas, com sua ineficiência, sujeito a crises cíclicas, e injustiça, ao disseminar desigualdades sociais e miséria.


O tão incensado sistema de preços de mercado como forma eficiente de alocação de recursos exibiu-se outra balela: a inflação distorce continuamente tal sistema, e é provocada pelo funcionamento normal do capital, que se submete draconianamente à lei de Marx, a saber, a lei do declínio tendencial da taxa de lucro, contra a qual os capitalistas engendram aumento de preços e inflação.


Ok, mas a planificação econômica socialista centralizada tampouco vingou, dirão os liberais.


Tudo bem, mas hoje ela vingaria, pois a ineficiência na coleta e tratamento dos dados econômicos de oferta e demanda, que produziu um monstro burocrático na extinta URSS, poderia ser corrigida com os atuais avanços tecnológicos da era digital.


Penso numa planificação econômica descentralizada nos moldes de certo centralismo democrático, em que os agentes econômicos em sua totalidade, em escala mundial, forneceriam em tempo real seus dados de produção e consumo, dados esses que seriam processados por um algoritmo central que definiria as metas desses agentes econômicos.


Pode dar certo!





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

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