O diretor do Banco Central do Brasil asseverou ontem que o “mercado de trabalho aquecido e a atividade econômica maior” podem tornar o processo de desinflação mais lento.
Quanto à atividade econômica aquecida, estou de acordo, pois a acumulação de capital conduz mesmo, inapelavelmente, ao declínio tendencial da taxa de lucro do capital industrial e ao aumento inflacionário de preços dele decorrente.
Agora, se ele quis dizer que a demanda econômica aumentada pelo emprego aquecido refreia a desinflação, então discordo.
A ciência econômica, lamentavelmente, não consegue ir além do processo de circulação de capital, não atinge a totalidade dos processos de produção e de circulação de capital, em que se delineia hialinamente a lei de Marx, a saber, a lei da queda tendencial da taxa de lucro do capital industrial.
É a contraposição a tal lei que engendra inflação, e não as dissonâncias entre demanda e oferta econômicas.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador:
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