Aventamos anteriormente que o desenvolvimento tecnológico exibe duas facetas: se por um lado diminui o valor dos meios de produção que compõem o capital constante, por outro aumenta o valor da força de trabalho por exigir maior qualificação e escolaridade do trabalhador.
A segunda faceta, todavia, não está totalmente correta, pelo seguinte:
Podemos aduzir que o valor da força de trabalho, que é uma média social, compreende artigos materiais e morais, isto é, víveres e, principalmente, educação, mas o valor dos bens materiais, com o desenvolvimento tecnológico, diminui, enquanto a necessidade de maior tempo de escolaridade aumenta: logo, o valor da força de trabalho tende a permanecer estável.
Isso implica que a composição orgânica do capital aumenta com o desenvolvimento tecnológico, pois cada trabalhador movimenta uma maior massa de meios de produção, mas a taxa de mais-valia permanece estável, o que corrobora a lei do declínio tendencial da taxa de lucro do capital, ventilada por Karl Marx, segundo seus próprios fundamentos.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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