A revolução industrial inglesa do século XVIII, como vimos, incidiu basicamente sobre o processo de produção de capital, sem engendrar novos valores de uso.
Nesse caso, o esperado declínio da taxa de lucro do capital industrial foi arrostado mediante os preços das mercadorias envolvidas, máxime vestuário, inferiores ao seu valor, mas superiores ao tempo de trabalho necessário à sua produção para o capitalista individual, atribuindo vantagem comercial aos industriais ingleses sobre a velha manufatura no mercado internacional, nos moldes preconizados no capítulo décimo do livro primeiro de O Capital de Karl Marx.
A segunda revolução industrial, entre os séculos XIX e XX na Europa e nos Estados Unidos, trouxe alterações nos processos produtivos com a adoção em larga escala da eletricidade, mas também incidiu no processo de circulação de capital com a introdução de novos valores de uso, como eletrodomésticos e automóveis, abroquelando vários setores da economia.
Nesse caso, a esperada queda dos lucros industriais foi arrostada pelos preços elevados em decorrência precisamente do caráter inédito dos novos valores de uso introduzidos, em consonância com a teoria marginalista do valor econômico.
São hipóteses e conjecturas para discussão.
por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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