Os dois maiores economistas da história, Karl Marx e Nicholas Georgescu-Roegen, expuseram de forma sistemática os limites do modo capitalista de produção e, assim, malgrado visionários, tornaram-se malditos na academia, dominada pelos clássicos e neoclássicos liberais, os quais foram objeto de acerba crítica desses dois gigantes da ciência.
Argumentarão que olvidei o nome de John Maynard Keynes, outro gigante infenso ao mainstream econômico, mas o britânico cingiu-se aos parâmetros do processo de circulação de capital, encerrando-se nos limites clássicos da oferta e demanda econômicas, na exata medida em que se propunha, na verdade, a corrigir os rumos do capitalismo, mas não a transcendê-lo.
Marx, ao contrário, expôs radicalmente as contradições endógenas do capitalismo e seus limites intransponíveis, mostrando sua injustiça, nas desigualdades sociais, e sua ineficiência, nas crises periódicas, com preconizar sua substituição por um modo de produção superior, o comunismo.
Georgescu-Roegen também demonstrou, um século depois de Marx, em 1971, os limites biofísicos e termodinâmicos do capitalismo, antevendo a hodierna crise ecológica desse modo de produção, e preconizou o decrescimento como forma de a transcender.
Marx e Georgescu-Roegen posicionaram-se radicalmente infensos ao lucro capitalista, e por isso são malditos, algo que Keynes, de certa forma, não ousou combater, restando mais aceito no âmbito acadêmico.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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