A logomarca da exitosa saga cinematográfica intitulada "O poderoso chefão", de autoria de Francis Ford Coppola, exibe um manípulo de títere, em forma de cruz, segurado por uma mão desprovida de braço.
Aventaria a hipótese de que tal títere representa os indivíduos alienados pelo capital, enquanto a mão é o sucedâneo das relações de produção capitalistas que regem tais indivíduos de forma heterônoma, a saber, de forma infensa à sua volição.
Sim, pois é de capitalismo que se cuida: da teoria marginalista do valor econômico dessume-se que as mercadorias de valor de uso inaudito, ou de utilidade elevada, são mais valiosas, mas o mesmo acontece com as mercadorias ilícitas, que ensejam vultosos lucros ao capital, digamos, criminoso.
Ora, malgrado católicas, as famílias mafiosas torturam e assassinam em nome desses lucros exorbitantes; isto é, o capital, conquanto ilícito, rege e manipula tais famílias, os títeres da logomarca acima mencionada, contra suas crenças religiosas cristãs.
Como diria Marx, a violência é a parteira de toda velha sociedade que está prenhe de uma nova, e o sonho capitalista americano pode converter-se, então, em pesadelo de matança desenfreada.
por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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