Em sua obra intitulada "Sobre a contradição", o grande líder chinês Mao Tsé-Tung encetou uma fértil, fecunda e nada trivial distinção entre contradição principal e contradição secundária, ou acessória, cuja atualidade parece-me indiscutível.
Sim, hodiernamente experimentamos não somente a velha contradição, vaticinada pelo socialismo científico, entre relações de produção e forças produtivas, consubstanciada nas recorrentes crises financeiras do modo capitalista de produção; mas também a contradição entre forças produtivas e equilíbrio ecológico, evidente na crise climática atual e urgente.
Isto posto, indago-me: qual destas duas contradições é a principal, nos termos maoístas mencionados?
Colho do ensejo para destacar uma interessante opinião de alto executivo da empresa de tecnologia OpenAI, que afirma não haver sustentabilidade energética no mundo para a vindoura inteligência artificial que se insinua atualmente, malgrado essa tecnologia constitua a vanguarda das forças produtivas no capitalismo da época corrente.
Nesse diapasão, quer me parecer que a contradição principal reside na oposição entre relações de produção e forças produtivas, pois o que fomenta o desenvolvimento inexorável e descontrolado destas últimas são as necessidades capitalistas, de tal sorte que a crise ecológica seria, nesse sentido, um epifenômeno desta contradição principal.
São conjecturas incipientes para debate.
por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.
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