Durante o período histórico da subsunção meramente formal do trabalho no capital, ou seja, na época da manufatura anteriormente à revolução industrial inglesa do século XVIII, os lucros são auferidos basicamente no processo de circulação de mercadorias, e o protecionismo estatal exibe-se robusto.
Com a mencionada revolução industrial, os lucros passam a ser hauridos eminentemente no processo de produção de capital, com o consequente advento do liberalismo econômico, que predominou durante todo o século XIX.
No século XX, com a segunda revolução industrial que trouxe novos valores de uso consubstanciados nos bens de consumo duráveis produzidos pela indústria mecânica pesada, o liberalismo entra em fase de refluxo, sendo certo que os lucros passam a ser extraídos em grande medida no processo de circulação de capital.
A hodierna revolução digital revigorou o liberalismo, ao entronizar novas formas de produção e exploração do trabalho agora eminentemente intelectual, de tal sorte que os lucros voltaram a ser auferidos em maior escala no processo de produção de capital.
A alternância entre protecionismo e liberalismo parece, pois, derivar da forma predominante de obtenção e maximização dos lucros.
Conjectura sub judice.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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