Acordo nuclear com o Irã teve um "empurrãozinho" da questão do Petróleo
Como é sabido, a questão do choque de preços do petróleo no mercado mundial nos últimos 3 anos levou o mundo à um outro patamar de distribuição das divisas geradas pela relação exportação/importação. Isso tudo devido, principalmente, ao desenvolvimento de novas tecnologias (petróleo de xisto) e de técnicas de extração (exploração em águas profundas, pré-sal). Com a entrada pesada dos Estados Unidos no mercado de exportação os preços caíram drasticamente. Esse "jogo" dos estadunisenses cumpriu a tarefa de atingir em cheio Brasil, Venezuela e Rússia mas, por tabela, derrubou também a Arábia Saudita. Os sauditas, por sua vez, toparam o jogo e deixaram cair ainda mais o preço, diminuindo a margem de lucro das indústrias de shale, que têm custos maiores. O troco veio agora, com o acordo Irã. Veja abaixo o que publica um jornal russo: (http://br.rbth.com/politica/2015/07/16/acordo_nuclear_com_ira_tem_pros_e_contras_para_a_russia_31051.html)
"Em
meio a possíveis consequências econômicas do levantamento das sanções
contra o Irã, discute-se sobretudo a possibilidade de queda no preço do
petróleo – principal produto de exportação da Rússia – depois que o
mercado for inundado por petróleo iraniano.
“Se
olharmos para a questão sob um ponto de vista puramente pragmático, é
claro que o aparecimento de petróleo iraniano é desvantajoso para a
Rússia, já que o Irã será um concorrente de peso no mercado do
petróleo”, diz Radjab Safarov, diretor do Centro Russo de Estudos
Modernos sobre o Irã.
Segundo
Safarov, dentro de seis meses, o Irã será capaz de comercializar de 1 a
1,5 milhão de barris de petróleo por dia. No entanto, o especialista
acredita que as consequências negativas para a Rússia terão curta
duração.
“A
produção de petróleo é controlada principalmente pela Opep [Organização
dos Países Exportadores de Petróleo], e Teerã vai reassumir sua cota
dentro do volume geral da organização da produção”, explica. A cota
iraniana havia sido repassada à Arábia Saudita, após a introdução das
sanções ocidentais contra o Irã. “Com isso, os saudistas terão reduzir
sua produção.”""
Carlos Cesar Felix
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