Fui advertido, com muita elegância, pelo professor Luiz Eduardo Simões de Souza que a curva de Phillips consiste em excrescência neoliberal que deve ser olvidada no limbo da ciência econômica.
Com efeito!
Eu acreditava que a velha ladainha econômica da mídia burguesa não se desvencilha do binômio oferta e demanda no processo de circulação de capital, e todo o discurso do ajuste fiscal é uma derivação dessa limitação teórica, restando imperioso encetar a respectiva crítica marxista com fulcro na lei de Marx sobre o declínio tendencial dos lucros, verdadeira causa da inflação, de tal sorte que a curva de Phillips aplica-se somente subsidiariamente na medida em que a baixa taxa de desemprego obsta a redução salarial.
Mas o raciocínio acima é aporético, pois a curva de Phillips também está lastreada no binômio oferta e demanda na circulação de capital.
Na verdade, o que obsta atualmente a queda dos salários não é a baixa taxa de desemprego, mas a ascendente qualificação da mercadoria força de trabalho, que requer um cada vez maior tempo de formação no âmbito escolar, fora do ambiente familiar.
Hipótese sob averiguação.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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