A obra magna de Karl Marx, O Capital, foi originalmente redigida no idioma alemão, mas dado o grau de universalismo de seu teor e conteúdo, rapidamente foi traduzida para a maioria dos idiomas, tornando-se uma verdadeira Bíblia moderna, amplamente lida no mundo todo.
O grau de abstração dessa obra, todavia, permitiria que fosse redigida em linguagem matemática, notadamente quanto à lei de contínuo aumento da composição orgânica do capital e correspondente declínio tendencial da sua taxa de lucro, uma lei econômica e matemática descoberta por Marx.
Mas esse autor considerou politicamente mais interessante atribuir à obra um jaez mais discursivo e mais acessível ao grande público não versado na notação matemática, malgrado Marx dominasse tal linguagem matemática e inclusive a tivesse como passatempo, ele que apreciava o cálculo diferencial e integral.
Marx era um polímata, e tinha condições de redigir uma obra matemática, máxime porquanto o nível de abstração e universalismo do teor de O Capital o permitia, mas para fins políticos preferiu o discurso do idioma coloquial, não a linguagem lógica.
Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.
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